Faleceu na manhã desta terça-feira (1º), aos 103 anos, o ex-vereador, jornalista e histórico emancipador de Diadema, Amaury Martins Carvalho. Natural da Capital paulista, ele nasceu em 27 de setembro de 1922, mas foi em Diadema, onde viveu desde 1930, que construiu sua trajetória como um dos nomes mais importantes da história do município.
Além disso, Amaury teve papel fundamental no processo de emancipação da cidade, quando ainda era distrito de São Bernardo. Foi um dos líderes do movimento autonomista que resultou na criação do município de Diadema, em 1959. Em outras palavras, sua atuação ajudou a transformar a cidade em um território com identidade e gestão própria.
Antes mesmo de tornar-se jornalista, Amaury já se destacava na área da comunicação. Pioneiro na distribuição do News Seller, contribuiu para a disseminação de informações na região em um período em que a imprensa local ainda engatinhava. Ainda assim, seu comprometimento com a cidade não se limitou às páginas do jornal: ele também entrou para a política.
Dono do título de eleitor nº 14, foi eleito vereador de Diadema para a terceira legislatura (1969 a 1972). Durante o mandato, apresentou o projeto que incluiu o bairro Eldorado no calendário turístico do Estado de São Paulo — ação que ampliou a visibilidade da região e valorizou o patrimônio local. Nesse sentido, sua passagem pela vida pública foi marcada por propostas que combinavam memória, identidade e desenvolvimento.
Em 2022, ao completar 100 anos, Amaury foi homenageado pelo vereador Josa Queiroz com uma placa de Honra ao Mérito, em reconhecimento por sua trajetória como cidadão, jornalista, autonomista e memorialista. “Tenho orgulho de ter sido criado e de morar em Diadema. Cheguei aqui em 1931 e trabalhei arduamente pela emancipação do município”, afirmou Amaury durante a homenagem, com a lucidez e o entusiasmo que sempre o acompanharam.
Juntamente com o amigo e também memorialista Walter Adão Carreiro, colaborou nos últimos anos com a construção e preservação da história de Diadema, por meio da doação de documentos, fotos e relatos ao Centro de Memória da cidade. Do mesmo modo, sua dedicação ao resgate histórico foi essencial para manter viva a memória coletiva do município.