A APAE – Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de São Caetano celebra, nesta terça-feira (10), seus 61 anos de atuação. Fundada em 1964, a entidade filantrópica acumula uma trajetória marcada pelo acolhimento, inovação e compromisso com a inclusão de pessoas com deficiência, além de manter atendimentos voltados à população em geral em busca de reabilitação e terapias.
Além disso, a entidade tornou-se referência estadual e nacional, atendendo gratuitamente, em média, de 12 mil a 13 mil procedimentos por mês. São três unidades em operação no município: a sede principal na Al. São Caetano, o serviço de Equoterapia na Rua Xingu e o CER IV – Centro de Reabilitação IV, localizado na Al. Araguaia.
Nesse sentido, o presidente da APAE São Caetano, Jorge Salgado, ressalta o papel estratégico da instituição no suporte social: “Ela representa um acolhimento essencial à sociedade de forma geral. Desde os primeiros anos de vida até aqueles que, por algum motivo, precisam de um suporte mais estruturado. Nosso foco é justamente esse: acolher com qualidade.”
Contudo, mesmo com os avanços, a APAE enfrenta desafios. A demanda crescente e as limitações orçamentárias dificultam o atendimento pleno de todas as necessidades. “Trabalhamos com uma política de assistência que busca oferecer à sociedade aquilo que, muitas vezes, o município não consegue entregar — seja por excesso de demanda, por limitações orçamentárias ou estruturais. A APAE, como parte do terceiro setor, atua justamente nesse sentido: complementando e apoiando as políticas públicas,” explicou Salgado.
Ainda assim, a entidade mantém um ritmo constante de desenvolvimento e expansão. Um dos destaques é o projeto de reabilitação cardiovascular para pessoas com deficiência e mobilidade reduzida, já aprovado e com duração prevista de dois anos. “Recebemos um aporte de R$ 1 milhão de uma empresa parceira — que preferiu não ser divulgada — e estamos aguardando a liberação do Ministério para iniciar o uso do recurso,” completou o presidente.
Além disso, outra iniciativa inovadora vem chamando a atenção: um projeto piloto sobre o uso medicinal da Cannabis, especialmente para atendimento de pessoas com deficiência. De acordo com Salgado, “já temos pais e mães envolvidos nesse projeto piloto na APAE de São Caetano, e os resultados têm sido animadores.”
Do mesmo modo, a sustentabilidade financeira da APAE é motivo de orgulho. Aproximadamente 80% dos recursos da entidade provêm de fontes estaduais e federais, o que alivia os cofres do município e fortalece a parceria com a prefeitura. “Essa parceria permite que a APAE ofereça um serviço gratuito à população, com qualidade e compromisso. Mas é importante lembrar que, apesar de todo esse esforço, nem sempre conseguimos atender toda a demanda — que é muito alta,” pontuou Salgado.
Ou seja, a APAE São Caetano comemora seus 61 anos não apenas como uma data simbólica, mas como a consolidação de um trabalho que inspira o país. Presente em mais de 2.200 municípios por meio da Rede APAE, a instituição local segue como exemplo de dedicação, inovação e compromisso com a dignidade humana.
Por fim, Jorge Salgado conclui com otimismo: “Seguimos fazendo o nosso melhor, com uma diretoria experiente, comprometida e com projetos relevantes sendo aprovados continuamente. A APAE de São Caetano tem se tornado referência não só no estado de São Paulo, mas também no Brasil — e até em parcerias internacionais.”