HomePolítica

Crise na bancada do PT marca votação do Refis na Câmara de Diadema

Discussão entre Jeferson Leite e colegas expõe rompimento político durante sessão legislativa

Em meio à segunda votação do projeto de lei do programa de parcelamento de dívidas, o Refis, realizada na quinta-feira (22) na Câmara Municipal de Diadema, uma intensa discussão entre o vereador Jeferson Leite e seus colegas da bancada do PT acabou ofuscando o debate sobre o tema. Além disso, o episódio revelou de forma explícita um racha interno e o distanciamento do parlamentar em relação ao grupo petista.

A tensão veio à tona logo após a votação das emendas apresentadas pela bancada do PT. Apesar disso, as propostas, que previam o aumento do número de parcelas de 12 para 46 e a redução do valor mínimo de R$ 220 para R$ 53, foram rejeitadas por ampla maioria — 17 votos contra e apenas três a favor. Jeferson Leite, que também votou contra, não escondeu sua indignação com os colegas de partido.

 

“O que fizeram foi, no mínimo, desrespeitoso comigo. Eu não fui chamado para participar da reunião que definiu as emendas. Quando terminou, simplesmente mandaram um assessor com as emendas prontas e disseram: ‘É só assinar.’ Isso não é debate democrático”, disparou Leite durante ao REPÓRTER. Além disso, ele relatou que foi removido do grupo de WhatsApp da bancada sem qualquer aviso, fato que, segundo ele, demonstra a gravidade do rompimento.

 

Ainda assim, o vereador apontou que a motivação para sua exclusão estaria diretamente ligada à sua aproximação com o governo do atual prefeito, Taka Yamauchi – MDB. “No mesmo dia em que estive acompanhando o prefeito em uma visita técnica, fui retirado do grupo. Isso, pra mim, deixa bem claro o motivo”, completou.

 

Outro lado

 

Contudo, a versão apresentada por Leite foi prontamente rebatida pelo presidente do PT de Diadema e também vereador, Josa Queiroz. Segundo ele, o colega vem, desde o início da atual gestão, adotando posturas que contrariam as deliberações internas do partido. “Ele vem construindo essa condição desde o primeiro dia do governo Taka. Quando descumpre as resoluções da bancada, da Executiva e do Diretório, ele vai, na verdade, construindo o próprio caminho de saída. E não pode se vitimizar”, afirmou.

Do mesmo modo, a vereadora Patty Ferreira também se manifestou sobre o caso. Para ela, Jeferson Leite jamais foi excluído formalmente da bancada, mas escolheu, por decisão própria, se afastar. “É lamentável, porque se trata de um vereador da nossa bancada. No entanto, ele começou a se aproximar do atual governo logo após a eleição. E tudo bem, é direito dele. Porém, isso foi feito de uma forma que não demonstra lealdade com quem o ajudou a crescer politicamente na última gestão”, declarou.

Ainda segundo Patty, o estopim para a remoção do parlamentar do grupo de WhatsApp foi a perda de confiança. “Chegou um ponto em que, particularmente, eu já não me sentia mais confortável para discutir certos assuntos com ele presente. Mas isso nunca significou que ele estivesse desligado da bancada no sentido formal”, explicou.

Apesar das tentativas da reportagem, o vereador Orlando Vitoriano, que também foi citado nos relatos, não retornou os contatos até o fechamento desta matéria.

Marcos Fidelis

Mostrar Mais

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Ver também
Fechar
Botão Voltar ao topo