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SINDEMA paralisa parcialmente por reajuste em protesto com tom político

Apesar da crise financeira enfrentada pela Prefeitura, sindicato rejeita proposta do governo Taka e convoca manifestação na Câmara Municipal

Em meio a um cenário de severa crise fiscal herdada da antiga gestão petista, o SINDEMA – Sindicato dos Funcionários Públicos de Diadema decidiu promover, nesta quinta-feira (15), uma paralisação parcial dos servidores e um ato político na Câmara Municipal. A manifestação, convocada para às 14h, ocorre após a rejeição da proposta salarial apresentada pela gestão Taka Yamauchi – MDB, que, segundo o sindicato, “pode — e deve — ser melhorada”.

 

Apesar disso, a Prefeitura afirma ter feito esforços significativos para avançar no diálogo com a categoria. Desde o início do ano, o governo municipal e vem adotando medidas de contenção de despesas e corte de privilégios, com uma economia de R$ 10 milhões nos primeiros 100 dias, tudo isso para evitar a paralisação dos serviços públicos essenciais. Além disso, aponta que a cidade enfrenta um rombo orçamentário de R$ 2,5 bilhões — podendo chegar a R$ 4,2 bilhões — legado pela administração anterior de José de Filippi Júnior – PT.

 

Sindema

 

Contudo, para o presidente do SINDEMA, Ritchie Soares Barbosa Martins, a proposta encaminhada pela Prefeitura no final de abril é a pior dos últimos quatro anos. “O salário mínimo, por exemplo, foi reajustado em 6%. Se olharmos o histórico dos últimos quatro anos, essa é a pior proposta de reajuste que os servidores de Diadema receberam em uma campanha salarial”, afirmou.

 

Protesto

 

Nesse sentido, o governo apresentou um plano de reajuste escalonado, com 2% a partir de maio e mais 2,87% em outubro, totalizando 4,87% até o fim do ano. Do mesmo modo, os benefícios como vale-alimentação e vale-refeição seguiriam o mesmo índice de reajuste. Ainda mais, a gestão propôs a criação de um auxílio-saúde no valor mensal de R$ 133,40, em substituição ao antigo subsídio do convênio médico.

 

Kiko Teixeira é secretário na Gestão Taka Yamauchi

“Estamos trabalhando dentro de um contexto financeiro bastante desafiador, o que naturalmente impõe limites ao que é possível oferecer neste momento. Ainda assim, buscamos alternativas responsáveis que permitam algum avanço concreto. O que está sendo proposto representa o que conseguimos viabilizar com segurança, sem comprometer os serviços públicos nem criar soluções insustentáveis para o futuro”, disse o Secretário de Administração e Gestão de Pessoas, Kiko Teixeira.

 

Negativa

 

Ainda assim, o SINDEMA rejeitou a proposta em assembleia e protocolou uma contraproposta reivindicando 7% de reajuste salarial, além de um acréscimo de R$ 100 no vale-alimentação. Segundo o sindicato, os valores oferecidos estão defasados frente à inflação e não reconhecem a data-base da categoria. “Os reajustes propostos para o vale-alimentação e vale-refeição estão abaixo da inflação dos alimentos, que está em torno de 7%”, criticou Ritchie.

 

Responsabilidade

 

Porém, a Prefeitura argumenta que a proposta apresentada é responsável e realista diante do cenário de desequilíbrio fiscal. Além disso, ressalta que pretende implementar os reajustes a partir de maio, caso haja consenso com a categoria, e que tem mantido o canal de diálogo aberto com os representantes sindicais.

 

Paralisação

 

Ou seja, enquanto a Prefeitura tenta administrar a dívida bilionária e preservar os serviços públicos, o SINDEMA adota uma postura crítica e acusa o governo de transferir os sacrifícios da crise exclusivamente aos trabalhadores. “O governo fala em economia, mas os trabalhadores não podem continuar arcando com todos os sacrifícios”, concluiu o presidente do sindicato.

 

MARCOS FIDELIS

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