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Sindicalista e irmão de Lula, Frei Chico volta aos holofotes após operação da PF contra suposta fraude no INSS

José Ferreira da Silva, conhecido como Frei Chico, mora em São Caetano, é denunciado na Lava Jato e hoje diretor do Sindicato Nacional dos Aposentados, alvo de operação da Polícia Federal

Nesta semana, o Sindnapi – Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos entrou na mira da PF – Polícia Federal por conta de uma investigação sobre descontos indevidos em salários de aposentados e pensionistas. Entre os nomes ligados à entidade está o do pernambucano José Ferreira da Silva, conhecido como Frei Chico, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva – PT, que ocupa o cargo de diretor vice-presidente da instituição.

 

Apesar disso, o sindicalista de 83 anos não é alvo direto das investigações, que foram deflagradas na chamada Operação Sem Custo. Ainda assim, a nova ofensiva da PF lança luz sobre a trajetória de uma das figuras históricas do sindicalismo brasileiro, marcada por momentos polêmicos e episódios que vão da prisão durante a ditadura militar à citação na Operação Lava Jato.

 

Além disso, o episódio reacende o debate sobre a atuação de dirigentes sindicais em entidades ligadas ao sistema previdenciário, especialmente num momento de atenção redobrada sobre fraudes no INSS – Instituto Nacional do Seguro Social. Frei Chico, por sua vez, declarou ao jornal O Estado de São Paulo que está “tranquilo” quanto às investigações e confiante de que nada pesa contra sua atuação.

 

Natural de Pernambuco, José Ferreira da Silva vive atualmente em São Caetano. Ainda mais, seu envolvimento com o sindicalismo remonta à década de 1960, quando levou o irmão Lula a conhecer o movimento operário no ABC. Na época, ele trabalhava na metalúrgica Indústrias Villares e teve papel decisivo na aproximação do então jovem operário com as lutas sindicais.

 

Contudo, a biografia de Frei Chico também inclui passagens controversas. Em 2019, ele foi denunciado pelo MPF – Ministério Público Federal no âmbito da Operação Lava Jato. A acusação alegava que ele teria recebido cerca de R$ 1,1 milhão da construtora Odebrecht (atualmente Novonor) entre 2003 e 2015, mesmo após o fim do vínculo formal com a empresa. Em outras palavras, os repasses teriam sido feitos sem prestação de serviços comprovada.

 

Todavia, a denúncia acabou sendo rejeitada pelo juiz Ali Mazloum, da 7ª Vara Federal Criminal de São Paulo. O magistrado considerou que não havia provas de que os pagamentos foram indevidos ou que o então ex-presidente Lula tivesse conhecimento da continuidade dos depósitos. Do mesmo modo, o juiz entendeu que não se configurou crime de corrupção ou lavagem de dinheiro no caso.

 

Ainda mais curioso é o apelido que o acompanha: “Frei Chico” foi uma brincadeira feita pelo ex-prefeito de São Bernardo do Campo, Maurício Soares, em razão da calvície do sindicalista. Porém, o apelido pegou e se tornou sua principal identificação pública.

 

MARCOS FIDELIS

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