No silêncio que se impõe após a partida do Papa Francisco, ecoa a força de suas palavras, geralmente ditas em italiano: “Sacerdoti, se non vi sporcate le mani, non siete pastori”… (“Sacerdotes, se vocês não sujarem as mãos, vocês não são pastores”). Sua voz, marcada pela simplicidade, tornou-se um farol para os pobres e marginalizados. O papa que calçou sandálias em vez de vestes pomposas ensinou que a humildade é essencial.
Ele resgatou o sentido de misericórdia, estendendo-o a quem mais precisava. Sob seu pontificado, o Vaticano ganhou um novo rosto: mais aberto, mais humano. Francisco rompeu barreiras entre religiões, promovendo o diálogo interconfessional. Sua atitude de respeito aos muçulmanos, judeus e tradições orientais foi pioneira. A importante encíclica “Laudato si” de 2015, soou como alerta universal pela casa comum da humanidade – o planeta Terra. Católicos e não católicos foram convocados a cuidar do meio ambiente com urgência.
A palavra “acolhida” tornou-se prática concreta nos gestos para refugiados e imigrantes. Milhares encontraram nos gestos de Francisco um modelo de compaixão ativa. Ele desafiou a política global a olhar para a dignidade humana antes dos interesses. Sua crítica ao consumismo ressoa tanto em praças urbanas quanto em comunidades rurais. Francisco aproximou a Igreja das periferias, físicas e existenciais.
Ele entregou voz aos silenciados, defendendo crianças, jovens e idosos vulneráveis. Em cada homilia, seu apelo à justiça social soava como convite à ação ética. O legado educativo de Francisco inspira escolas e universidades de diversas crenças. Sua mensagem de paz ultrapassou muros de igrejas, alcançando corações diversos. Para os crentes, foi pastor zeloso; para os laicos, líder moral de alcance global. Sua campanha pela fraternidade humana tornou-se uma ponte entre culturas distintas.
A morte dele lembra que o amor é verbo, eternizado em atos de solidariedade. Cada gesto do papa Francisco permanece vivo na memória coletiva da humanidade. Que seu exemplo nos estimule a erguer pontes em vez de cercas. Que cada comunidade, religiosa ou não, mantenha acesa a chama da esperança. E que seu legado de compaixão seja eterno e continue a guiar nossos passos rumo a um mundo mais justo.
Vereador Julinho Fuzari
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