
Uma cristaleira em miniatura, uma caixa e muitas experimentações. Este foi o ponto
de partida para a criação do “Teatro Lambe Lambe – Fases da Vida” da Cia Fuxico
de Teatro, que reúne 03 histórias independentes de curta duração, porém,
conectadas por fases da vida.
Já a Cia PlastikOnírica traz “A Fiandeira”, construída a partir da expressividade e
dos simbolismos do material fio, apresentando imagens que evocam a
ancestralidade das forças femininas criadoras do universo. A figura da grande Deusa
Aranha que fia e tece os destinos dos homens e das mulheres guia os espectadores
numa viagem cósmica e íntima para além das fronteiras da vida e da morte, do real
e do imaginário. E também, “Saudade”, onde um ser solitário que habita dentro de
uma caixa dos Correios, percebe um vazio no peito. Buscando a razão de sua
solidão numa carta, o boneco se vê entre ficar e partir, entre a espera do retorno e
a busca deste motivo, desta pessoa, deste tempo, momento ou lugar que alimentam
e saciam esta falta: sua saudade.
“Revelação” do grupo CircoLartes, propõe ao público um mergulho no lúdico e na
imaginação. Conta sobre o simples mas mágico processo de revelar as imagens
capturadas por câmera fotográficas analógicas. Um convite às gerações para
conhecer e relembrar a ação de rever momentos marcantes e gravados para além
das nossas memórias.
Em “Baobá, a semente da vida”, do artista Zé Brown, a ancestralidade se faz
presente. Olodumaré enquanto criava os seres que iriam habitar a Terra, sentiu que
algo faltava. Foi então, que ele chamou o Urutau e deu-lhe uma missão. Entregou a
ele uma semente e pediu que encontrasse um lugar na Terra para plantá-la. O
Urutau então saiu em sua jornada para encontrar um lugar e assim plantar a
semente. Depois de voar por vários dias, encontrou próximo a um riacho o que
achou ser o lugar. Alguns dias se passaram e depois de uma chuva, surgiu no local
uma grande árvore, que Olodumaré deu o nome de Baobá.
E completando a programação, “A Barriga” da artista Lourdes Maria Rosa, tem
similaridade ao Teatro Lambe-Lambe devido a cena que ocorre dentro da barriga
ser apresentada para uma única pessoa por vez e também com a performance,
devido à aparição de uma figura cênica atuando junto ao público. Um ser “nascido
da lembrança de uma folha devorada por uma lagarta”, nos oferece a possibilidade
de alguém vislumbrar o que está gestando: “O que você faria pra existir mais
poesia?”
A Mostra é um convite ao espectador para viver experiências poéticas de arte e
cultura em uma linda manhã de domingo!
