Moradores do bairro Demarchi, em São Bernardo, foram surpreendidos com a presença de água turva e com odor forte saindo das torneiras, na sexta-feira (18). O episódio reacendeu as críticas à SABESP – Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo, que havia assumido um compromisso público com o município após a crise de abastecimento registrada em fevereiro deste ano.
Além disso, o prefeito Marcelo Lima – Podemos, esteve no local ainda na noite de sexta para verificar pessoalmente a situação e cobrar providências imediatas da empresa. “O problema não é responsabilidade da Prefeitura, mas quando afeta quem vive em São Bernardo, a gente age, cobrando providências concretas e fiscalizando todos os passos. Exigimos uma solução imediata”, afirmou o chefe do Executivo municipal.
Problemas
Ainda mais grave é o fato de que esta não é a primeira vez que o abastecimento falha em 2024. Durante o mês de fevereiro, uma escola no bairro Grande Alvarenga chegou a ficar sem água, o que levou a Prefeitura a enviar um caminhão-pipa para garantir a continuidade das aulas. Na ocasião, foi criado um comitê de crise que reuniu representantes do Executivo, Legislativo e da própria Sabesp, com o objetivo de normalizar e estabilizar o fornecimento.
Naquele momento, o diretor regional de Desenvolvimento Operacional da Sabesp, Nivaldo Rodrigues da Costa Júnior, declarou: “Temos um objetivo em comum, que é atender os moradores de São Bernardo da melhor forma possível, com água de qualidade e em quantidade, além do esgoto coletado e tratado, visando melhor qualidade de vida da população. É um compromisso assumido por essa nova Sabesp com a Prefeitura de São Bernardo.”
Cobrança
Contudo, os recentes relatos no Demarchi colocam em dúvida a eficácia das medidas prometidas. Em resposta, a Câmara Municipal aprovou ontem (23) um requerimento de informações à Sabesp, protocolado pelo vereador Julinho Fuzari – Cidadania, líder do governo na Casa. Segundo o parlamentar, a iniciativa busca dar respostas concretas à população sobre os problemas persistentes.
“O problema teve início ainda na Sexta-feira Santa e, até ontem (terça – 22), o problema persistia: a má qualidade da água fornecida pela Sabesp no bairro Demarchi. Estive pessoalmente no local para averiguar a gravidade da situação. Conversamos com moradores e comerciantes da região, que relataram estar comprando água para consumo e preparo de alimentos, pois a água fornecida não apresenta condições mínimas de uso”, afirmou Fuzari.
Do mesmo modo, o vereador relatou a constatação de um cheiro forte na água. “Uma amostra foi coletada, e o secretário de Obras encaminhará para análise técnica. Hoje (ontem), este requerimento foi aprovado, e com ele vamos questionar formalmente a Sabesp. A população não pode arcar com esse prejuízo. Além de fornecer uma água possivelmente prejudicial à saúde, a Sabesp ainda pretende cobrar normalmente pelo serviço? Isso é inadmissível”, completou.
Outro lado
Em nota, a Sabesp justificou que “as fortes chuvas registradas no ABC durante o final de semana causaram alterações momentâneas no manancial que abastece a região.” A empresa afirmou que equipes técnicas atuaram imediatamente para corrigir o processo de tratamento e intensificaram o monitoramento, realizando descargas em redes e cavaletes, inclusive no bairro Demarchi.
MARCOS FIDELIS
