A vereadora Patty Ferreira – PT, apresentou um projeto inovador na Câmara Municipal de Diadema, propondo a criação da Política Municipal de Prevenção e Combate à Violência Política contra a Mulher. O objetivo é reconhecer, mapear e combater casos de violência contra mulheres no cenário político municipal, garantindo maior segurança e equidade de gênero.
A proposta abrange diversas formas de violência, incluindo física, sexual, moral, verbal, psicológica, patrimonial, virtual e institucional. Além disso, prevê sanções para infratores, como advertências, multas e destituição de cargos. “A precária representatividade das mulheres na política é um problema mundial, e os motivos para isso dizem respeito à violência sofrida por muitas mulheres ao pleitearem e ascenderem a um cargo público”, ressaltou a vereadora.
Ainda segundo Patty Ferreira, a violência política de gênero é um tema pouco discutido no Brasil, apesar de sua relevância crescente. Nesse sentido, o projeto também propõe colaboração entre o governo e a sociedade civil, promovendo encontros abertos e debates sobre a questão.
De acordo com o relatório “A Violência Política Contra Mulheres Negras: Eleições 2020”, publicado pelo Instituto Marielle Franco, 42% das entrevistadas sofreram algum tipo de violência física durante a campanha, enquanto 78,1% enfrentaram ataques virtuais. Além disso, a violência sexual também se destacou, com 32% das mulheres relatando episódios de assédio.
O estudo também apontou que 56,6% das candidatas enfrentaram violência institucional, incluindo barreiras dentro dos próprios partidos. “Os avanços conquistados ao longo dos anos foram resultado de mudanças estruturais importantes, mas ainda temos um longo caminho para garantir um ambiente político seguro e igualitário para as mulheres”, destacou.
A violência política contra mulheres é uma realidade global. Um levantamento da União Interparlamentar revelou que 81,8% das deputadas em 39 países já sofreram violência psicológica no exercício do cargo. No Brasil, a sub-representação feminina também é evidente: apenas 12% das prefeituras são lideradas por mulheres, enquanto a ocupação feminina nas Câmaras Municipais e Assembleias Legislativas estaduais gira em torno de 13% a 15%.
MARCOS FIDELIS