Um grupo de médicos do Hospital de Urgência de São Bernardo denuncia atrasos recorrentes no pagamento de salários. Desde o final do ano passado, cerca de 30 profissionais, entre funcionários das enfermarias e das UTIs – Unidades de Terapia Intensiva, não receberam os valores referentes aos meses de novembro, dezembro e janeiro. Diante da situação, pelo menos 20 médicos devem judicializar o caso para tentar reaver os atrasados.
O problema ocorreu após a empresa CAP Serviços Médicos, responsável pelos pagamentos dos profissionais, ter seu contrato rescindido pela FUABC – Fundação do ABC. Ainda assim, a Prefeitura de São Bernardo alega que não há débitos com a empresa prestadora de serviços. “A Prefeitura de São Bernardo, por meio da Secretaria de Saúde, informa que não consta nenhum débito da cidade com a empresa CAP Serviços Médicos, prestadora de serviço da Fundação ABC. O município quitou no dia 3 de janeiro a pendência referente ao repasse de dezembro para a Fundação ABC, relacionada ao contrato com a empresa, no valor de R$ 1.375.068,30”, informou a gestão municipal.
Débito
Além disso, a Prefeitura esclareceu que, após a realização dos repasses, a FUABC rescindiu o contrato com a CAP devido às denúncias de inadimplência. “No âmbito da administração municipal, todos os pagamentos foram feitos conforme previsto no contrato, garantindo que os profissionais tenham acesso aos recursos devidos”, reforçou a Prefeitura, destacando seu compromisso com a regularidade financeira e a busca por soluções para manter o funcionamento dos serviços de saúde.
Por outro lado, a Fundação do ABC também se manifestou sobre o caso, reconhecendo o papel essencial dos médicos e informando que tomará medidas para assegurar o pagamento dos valores devidos. “Em janeiro de 2025, rescindimos o contrato com a empresa CAP Serviços Médicos, responsável pela prestação de serviços no Complexo de Saúde de São Bernardo, incluindo o Hospital de Urgência. Infelizmente, apesar de a FUABC ter quitado todas as suas obrigações regularmente, as notícias e os relatos ligados à empresa CAP são de inadimplemento”, explicou a entidade.
Depósito
Nesse sentido, a FUABC informou que tomará uma ação excepcional para garantir o acesso dos médicos aos seus vencimentos. “A Fundação do ABC consignará em juízo a quantia de R$ 1.351.810,18 (um milhão, trezentos e cinquenta e um mil, oitocentos e dez reais e dezoito centavos), referente à execução de janeiro de 2025 e correspondente à única nota fiscal ainda em aberto junto à empresa CAP Serviços Médicos. Assim, os médicos vinculados à CAP poderão requerer judicialmente suas respectivas cotas referentes aos plantões realizados no período”, declarou a Fundação.
Além disso, a Fundação do ABC ressaltou que a decisão de não efetuar o pagamento diretamente à CAP Serviços Médicos foi tomada para evitar o risco de que a empresa não repassasse os valores aos médicos. “Dessa maneira, garantimos que os valores sejam disponibilizados judicialmente aos profissionais que efetivamente prestaram os serviços, sem que haja qualquer dúvida quanto ao compromisso da FUABC com a regularidade dos pagamentos e a transparência na gestão dos recursos públicos”, afirmou a entidade.
A empresa CAP Serviços Médicos foi procurada para comentar o caso, porém, até o fechamento desta reportagem, não retornou aos contatos do REPÓRTER