Angel Lima
Para aqueles que desejam explorar o Tocantins, o município de Peixe, a 310 quilômetros da capital Palmas, emerge como um destino imperdível, onde além de atrativos aquáticos como praias e pesca esportiva, a culinária local se revela como uma autêntica viagem sensorial pelo cerrado tocantinense.
Mazim Aguiar
A renomada chef Rosa de Fogo, com sua visão inovadora e respeito pela tradição, demonstra que os sabores do Cerrado têm o poder de transformar simples momentos em experiências inesquecíveis. Ela desenvolveu um cardápio completo e original, com entrada, prato principal e sobremesa, todos produzidos com insumos oriundos da região.
Para apresentar o novo e disrruptivo cardápio, Rosa de Fogo realizou um evento de degustação em sua pousada, no município de Peixe, o Jantar Magno, durante o qual recebeu gestores estaduais e municipais, convidados, além de jornalistas da Federação Brasileira de Jornalistas e Comunicadores de Turismo no Tocantins (Febtur/TO).
Em cada prato, a riqueza do Cerrado se fez presente, convidando os paladares presentes a descobrirem um mundo de sabores como murici, cupuaçu, baru, pequi, cagaita e mangaba, todos frutos que celebram a identidade e a história de uma região única.
Rosa de Fogo demonstra com maestria que os frutos do Cerrado não são apenas ingredientes, mas verdadeiros símbolos de identidade e resistência cultural. “Nosso Cerrado é um território rico em sabores únicos, e é nosso papel valorizar essa diversidade que ainda é pouco explorada. A gastronomia é um convite para viajar pelo Tocantins sem sair da mesa”, afirmou a chef, emocionada com a recepção calorosa de jornalistas, comunicadores e convidados presentes.
A chef, conhecida por sua habilidade de transformar ingredientes locais em verdadeiras obras de arte culinária, apresentou um menu que celebra os frutos do Cerrado e a identidade culinária tocantinense. Entre os destaques do jantar, estavam pratos elaborados com cagaita pequi e baru e outros frutos emblemáticos da região, além de preparações tradicionais como chambari e uma moqueca de peixe, reinterpretados com criatividade e respeito à cultura local.
“O Jantar Magno não foi apenas uma experiência gastronômica, mas também um evento cultural que fortaleceu a conexão entre a culinária e o turismo sustentável”, pontuou o secretário de Estado do Turismo, Hercy Filho, que participou do evento.
Viagem sensorial
O menu exclusivo do Jantar Magno foi cuidadosamente elaborado para celebrar a riqueza dos ingredientes nativos e oferecer uma experiência completa aos apreciadores da boa mesa. Cada prato foi pensado para evidenciar a diversidade de sabores e a originalidade dos produtos da região, criando uma ponte entre a tradição e a modernidade. Confira os pratos:
Entradas
Salada Rosa de Fogo: Uma explosão de sabores adocicados e picantes, combinando maçãs, peras e sementes de aroeira. A composição remete à delicadeza e à ousadia da culinária tocantinense, onde cada ingrediente tem sua história.
Pedra da Baliza: Homenagem ao ponto mais alto do Rio Tocantins, este prato apresenta camadas de peixe intercaladas com um toque marcante de mangaba, simbolizando a força e a grandiosidade da região.
Mosaico de Peixe Crudo com Cagaita: Uma experiência sofisticada que une a frescura do peixe cru à intensidade da cagaita, fruta típica do Cerrado, criando um mosaico de sabores que instiga os sentidos.
Pratos Principais
Risoto Saco de Jorge: Uma celebração dos frutos do Cerrado, como o pequi, harmonizados com carnes nobres e temperos que evocam memórias afetivas, trazendo à tona a essência da culinária local.
Chambaru: Uma releitura elegante do tradicional chambari, enriquecido com baru e finalizado com um toque de vinho, elevando um prato tradicional a novos patamares de sofisticação.
Peixe Acima do Rebojo: Inspirado nas tradições dos pescadores, este prato apresenta a caranha moqueada acompanhada de guarnições tropicais, resgatando técnicas e sabores que contam a história do povo tocantinense.
Sobremesas
Reboliço do Tropeço: Uma ousada combinação de cupuaçu, mangaba e gim de jambu que surpreende e encanta, proporcionando uma experiência única ao paladar.
Casal Queiroz: Uma releitura contemporânea da clássica goiabada com creme de queijo, trazendo à tona a doçura e a nostalgia da cozinha tradicional.
Doce de Mãe Deuzinha: Uma cocada assada com canela, acompanhada de sorvete de amarena e calda quente de murici, conectando a tradição com a modernidade e fechando a experiência com chave de ouro.
Gastronomia, turismo e sustentabilidade
A proposta da chef Rosa de Fogo vai além da criação de receitas inovadoras; ela é uma verdadeira defensora do potencial do Cerrado como fonte inesgotável de ingredientes e inspiração. Ao trabalhar com produtos e ingredientes locais e peixes nativos, a chef reforça a importância da preservação ambiental e do fomento à economia regional. “Mesmo se o lugar for simples, o turista vai querer voltar e indicar, se a comida for boa”, afirma a Chef.
Além de degustarem pratos surpreendentes, os convidados de Rosa de Fogo também puderam conhecer a origem de cada insumo, descobrindo um pouco mais sobre o regionalismo. Essa conexão entre o prato e sua procedência fortalece a identidade do turismo gastronômico em Peixe, transformando cada refeição em uma narrativa de resistência cultural e inovação.
O sucesso do evento e a repercussão positiva entre jornalistas, comunicadores e entusiastas da gastronomia evidenciam que a cidade de Peixe está se consolidando como um polo de criatividade e autenticidade. Se você ainda não explorou o Cerrado, o Tocantins e talentos como a Rosa de Fogo, este é o momento de embarcar nessa deliciosa aventura.
Conheça alguns dos sabores do Cerrado
Murici: Fruto pequeno, de coloração amarela a alaranjada, com aroma marcante e sabor doce e ácido.
Cupuaçu: Fruto de grande porte com polpa ácida e adocicada, versátil na produção de sucos, doces e licores.
Baru: Fruto protegido por uma casca resistente, contendo uma semente altamente nutritiva, rico em proteínas e gorduras essenciais.
Pequi: Fruto de aroma intenso e sabor peculiar, amplamente utilizado na culinária regional e valorizado culturalmente.
Cagaita: Fruto pequeno e ácido, perecível e ideal para a produção de polpas, geleias e licores, com potencial efeito laxante, se consumido em excesso.
Mangaba: Fruto com polpa suculenta e sabor adocicado, apreciado in natura e em sobremesas.