As negociações para a fusão entre PSDB, Cidadania e PSD seguem em ritmo lento, com mais pendências do que acertos. Apesar das conversas iniciais entre lideranças, os interesses regionais e disputas internas dificultam o avanço do acordo.
Na última reunião entre representantes do Cidadania e o presidente do PSD, Gilberto Kassab, ficou claro que as tratativas ainda estão na fase inicial. Além disso, a legenda impôs uma condição essencial para seguir com a fusão: manter-se fora do escopo do PSDB. Embora os dois partidos tenham formado uma federação, integrantes do Cidadania avaliam que é necessário definir seu próprio caminho político.
Por outro lado, o PSDB enfrenta uma divisão interna sobre qual rumo tomar. O presidente do partido, Marconi Perillo, apoia a fusão com Kassab. Contudo, o deputado federal Aécio Neves – PSDB, defende uma aliança com o MDB, sob a liderança do deputado federal Baleia Rossi (SP). Essa divergência aumenta a incerteza sobre o futuro da legenda.
Ainda mais, a influência regional do PSD complica a equação. Em muitos estados, a sigla tem grande representatividade, o que levanta questionamentos sobre os espaços que caberiam ao PSDB, principalmente na disputa eleitoral de 2026. Ou seja, a fusão precisaria garantir participação relevante para os tucanos, sem comprometer seus planos eleitorais futuros.
Entretanto, como as eleições ainda estão distantes, as negociações podem se prolongar indefinidamente. “Ainda tem muita conversa pela frente”, avaliou Perillo, sinalizando que o desfecho desse processo está longe de ser definido.
