Integrantes da invasão em prédio de São Caetano afirmam que vão resistir e convocam ato
Moradores reclamam de uso de bicas para lavar louças e até mesmo roupas
A ocupação de um prédio particular da rua José Benedetti, no bairro Santo Antônio, em São Caetano, segue gerando debates acalorados. Desde o dia 23 de novembro de 2024, o local está ocupado pelo Movimento de Mulheres Olga Benário, que defende a permanência no imóvel sob a justificativa de atender mulheres em situação de violência, oferecer espaço para creche e moradia popular.
Contudo, a Justiça determinou um prazo de 15 dias para a desocupação voluntária do local. Apesar disso, a liderança do movimento reforçou a intenção de resistir e convocou um ato para esta segunda-feira (5), com destino à Prefeitura de São Caetano.
Segundo a porta-voz do grupo, a manifestação é uma forma de pressionar o poder público a assumir responsabilidades com políticas públicas voltadas às mulheres. “A prefeitura precisa garantir moradia popular para as mulheres, delegacia 24 horas e políticas públicas de enfrentamento à violência”, declarou em suas redes sociais.
Do mesmo modo, a decisão judicial foi reforçada por uma ordem da 4ª Vara Cível da Comarca de São Caetano, que determinou a desocupação do imóvel até o dia 13 de fevereiro. Caso a determinação não seja cumprida, a reintegração de posse será realizada com apoio da força policial.
O vereador Fábio Soares, presidente da comissão que acompanha o caso na Câmara Municipal, também se manifestou sobre a questão. Segundo ele, o movimento já havia sinalizado que resistiria à desocupação, o que, na sua avaliação, pode resultar em um “espetáculo” no dia da retirada. “Inclusive, já orientamos nossos advogados a informar o Judiciário sobre as declarações feitas na reunião, onde afirmaram que trariam mulheres e crianças para tentar impedir a reintegração de posse”, afirmou o parlamentar.
Ainda mais, moradores da região usaram as redes sociais para denunciar o uso irregular das bicas públicas do SAESA – Sistema de Água, Esgoto e Saneamento Ambiental. Segundo relatos, integrantes da ocupação estariam utilizando o local para lavar louças, roupas e para higiene pessoal, algo que estaria fora do propósito original dessas estruturas. Fotografias compartilhadas mostram jovens fazendo uso do espaço, o que intensificou as críticas.