A contradição é evidente. Enquanto defende a invasão de um imóvel particular em São Caetano, Laura Passarella Carajoinas, uma das coordenadoras do movimento responsável pelo ato, recorre à Justiça para cobrar o aluguel de um patrimônio familiar.
A líder do movimento de invasão, que ocupou um imóvel na rua José Benedetti, no bairro Santo Antônio, recebeu uma ordem da 4ª Vara Cível da Comarca de São Caetano determinando a desocupação até o dia 12 de fevereiro. Caso não cumpra, a reintegração será feita com o uso da força policial.
Ainda assim, Laura luta na Justiça para garantir sua parte nos aluguéis de um outro imóvel que herdou, demonstrando que, quando se trata de seus próprios interesses, a história muda completamente.
O imóvel ocupado pelo movimento foi alvo de uma ação movida pelo Espólio de Cláudio Marcos Afonso, que reivindica a propriedade. De acordo com documentos do processo, a ocupação teve início em novembro de 2024, e uma vistoria em dezembro confirmou a presença de quatro pessoas ligadas ao grupo.
Família
Conforme documentos obtidos com exclusividade pelo REPÓRTER, Laura moveu uma ação judicial contra a própria tia exigindo a partilha dos valores de aluguel de um imóvel herdado. No processo, ela argumenta que a tia aluga o imóvel para a Secretaria de Saúde de Mairiporã por R$ 8.065,58 mensais, mas não repassa os valores aos demais herdeiros, incluindo Laura e sua irmã Beatriz.
Ainda mais, a ação destaca que Elaine assinou o contrato de locação como representante do espólio, ciente de sua obrigação de dividir os valores. “A requerida vem recebendo os frutos do imóvel de forma exclusiva, sem qualquer pagamento aos autores”, diz um trecho do processo. Os valores reclamados por Laura e os demais herdeiros ultrapassam R$ 135 mil, além da partilha mensal dos aluguéis.
