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Esquerda de São Caetano apresenta avanços, mas enfrenta desafios internos

O desempenho da esquerda em São Caetano nas últimas eleições trouxe sinais de crescimento, porém revelou também entraves históricos que limitam seu potencial. Apesar de números significativos, a falta de unidade entre PT e PSOL continua prejudicando a construção de uma oposição mais robusta na cidade.

Neste pleito, o PSOL consolidou sua posição como principal partido oposicionista, conquistando 8.161 votos na chapa majoritária liderada pelo Professor Rafinha. Este número representou um crescimento expressivo de 99% em relação à campanha de 2020, quando Horácio Neto obteve 4.100 votos. Ainda assim, o PT registrou uma evolução ainda mais marcante, saltando de 1.709 votos com João Moraes em 2020 para 4.315 este ano, com Jair Meneguelli, quadro histórico da legenda. Em outras palavras, o crescimento foi de impressionantes 152%.

Além disso, na disputa pela Câmara Municipal, a reeleição de Bruna Mulheres por mais Direitos – Psol, destacou-se com 5.848 votos, liderando a votação proporcional na cidade. Seu desempenho foi 178% superior ao registrado em 2020. Contudo, essa força individual não foi suficiente para traduzir o crescimento da esquerda em maior representatividade legislativa.

O jornalista Roberto Vieira analisou a situação afirmando que, embora o progresso seja inegável, os partidos de esquerda permanecem “feitos água e óleo”. Segundo ele, essa divisão reflete-se em resultados aquém do esperado. “Os dois grandes expoentes da esquerda claudicante tropeçam de forma quase que literal em suas próprias pedras”, pontuou.

Apesar dos avanços pontuais, o desempenho da esquerda como um todo ainda carece de articulação estratégica. Por exemplo, a hegemonia de partidos de centro, direita e extrema-direita na cidade foi reafirmada com a vitória esmagadora de Tite Campanella – PL, que obteve quase 60% dos votos. Nesse sentido, a possibilidade de uma chapa única PT-PSOL poderia ter oferecido maior resistência, mas foi deixada de lado devido a rusgas internas.

Ainda assim, Vieira acredita que a reflexão é necessária. “Cabe a ambos superarem suas vaidades e objetivos específicos, a fim de oportunizarem uma melhor condição de enfrentamento na cidade, estabelecendo uma perspectiva de debate mais pujante”, afirmou.

 

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