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Condicionar pagamento do IPRED ao FPM é um risco, destaca Gavinelli

Primeiro secretário anunciado na Gestão Taka pede cautela e prevê renegociação de dívidas

O prefeito eleito de Diadema, Taka Yamauchi, deu o primeiro passo na composição de seu secretariado ao anunciar, nesta segunda-feira (18), a nomeação de José Luiz Gavinelli para liderar a Secretaria de Finanças. A escolha reflete a intenção de garantir uma gestão eficiente e reestruturar as contas públicas do município, sinalizando as prioridades da nova administração.

Com uma longa trajetória no setor financeiro, Gavinelli já foi responsável pela pasta em São Bernardo, durante o governo de Orlando Morando. Nesse período, desempenhou um papel decisivo na reestruturação fiscal da cidade. “Diadema tem uma população extremamente dependente de políticas públicas e equipamentos públicos. Por isso, é fundamental termos uma gestão focada em melhorar a vida dos munícipes”, afirmou o novo secretário.

Desafios iniciais

Apesar de ainda estar nos primeiros estágios da transição de governo, Gavinelli destacou que já foram realizadas reuniões preliminares com representantes da atual gestão. Nesse sentido, ele enfatizou que o primeiro passo será entender detalhadamente os gastos públicos.

“Precisamos revisar contratos, identificar prioridades e reduzir custos sem comprometer os serviços essenciais. Em São Bernardo, criamos um comitê interno para revisar contratos, e uma abordagem semelhante poderá ser aplicada aqui”, explicou. Além disso, ele mencionou que atrasos nos pagamentos estão sobrecarregando o caixa municipal, o que exigirá negociações e reestruturações imediatas.

Dívida previdenciária

Entre os obstáculos herdados da administração atual, Gavinelli destacou a dívida de R$ 235 milhões do IPRED – Instituto de Previdência do Servidor Municipal, que compromete os repasses do FPM – Fundo de Participação dos Municípios, visto que o projeto de lei que prevê o parcelamento condiciona ao fundo.

“É preocupante que uma decisão dessa magnitude tenha sido tomada nos últimos meses de governo, vinculando pagamentos à próxima gestão. Vamos avaliar a composição dessa dívida e buscar renegociações que equilibrem os compromissos previdenciários e as prioridades municipais. Caso contrário, o repasse do FPM no dia 10 de janeiro já pode estar comprometido”, afirmou.

Ademais, a discrepância na arrecadação municipal também chama atenção. Embora a previsão fosse de R$ 1,8 bilhão neste ano, apenas R$ 1,4 bilhão foi arrecadado. Mesmo assim, a projeção para 2025 aponta um aumento de 25,9%. Gavinelli, contudo, demonstrou cautela: “Precisamos ajustar o orçamento para trabalhar com expectativas mais conservadoras.”

Atenção à vulnerabilidade

Outro ponto crítico é a vulnerabilidade social em Diadema, que demanda políticas públicas robustas, especialmente em áreas como saúde e educação. Para enfrentar essa realidade, Gavinelli assegurou que a Secretaria de Finanças trabalhará de forma integrada com as demais pastas. “Cada secretaria precisará reavaliar seus investimentos para priorizar as áreas mais importantes, enquanto buscamos parcerias com os governos estadual e federal para complementar a receita própria”, declarou.

Ainda mais, o novo secretário enfatizou a necessidade de revisar o orçamento aprovado na Câmara Municipal, garantindo que ele reflita expectativas realistas. Em outras palavras, a gestão financeira será baseada em dados concretos e alinhada às demandas da população.

 

MARCOS FIDELIS

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