O REPÓRTER recebeu denúncia, que mais soa como reclamação, e depois de falar com Roberto Leandrini Jr., presidente do Regran – Sindicato do Comércio Varejista Derivados Petróleo ABCDMRR, a solução é aguardar para que seja criada regulamentação mais justa, pois o modelo atual é denominado por Leandrini de ‘cartel’.
Aos fatos
A denúncia/reclamação dá conta de que a Esalq – Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da USP – Universidade de São Paulo, que tem em parte de sua composição institucional o Cepea – Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, tem negociado o preço de etanol mais alto na bolsa, e essa prática lesa o empresário e o consumidor, uma vez que as distribuidoras pagam mais caro pelo produto e, consequentemente, tem que repassar esse aumento aos postos que, por sua vez, aumentam os preços nas bombas para o consumidor final, que deve pagar R$ 0,07 a mais por litro do combustível mencionado.
Leandrini afirmou que não há controle, tampouco regulamentação no preço do etanol.
“É uma associação das empresas alcooleiras que atuam dentro do território nacional. Eles têm aumentado sistematicamente o preço do litro do etanol, eles que determinam. O Governo e a ANP – Agência Nacional do Petróleo não têm influência nenhuma sobre eles. O Governo não controla o preço do etanol, porque é um grande cartel, é o maior do Brasil”, dispara ele.
Crédito: Canal Rural
Roberto disse que nos casos dos preços de gasolina e diesel isso não acontece porque há a regulamentação da ANP, porém, com o etanol não, e critica o método: “é mais uma aberração do Brasil, não existe controle de preço sobre o etanol. O cartel se reúne em uma mesa, os dez maiores produtores do Brasil, formam o preço, e o Governo concorda. Sabe porque?”, indaga o empresário, que responde: “Porque têm uma bancada de deputados e senadores que faz parte da indústria do álcool”, aponta Leandrini os responsáveis.
O empresário abriu para o REPÓRTER os valores pagos por litro de etanol, e a quanto ele comercializa em seu posto e faz um alerta aos consumidores.
“Eu pago R$ 3,39, e vendo por R$ 4,39 na bomba. Contudo, se o preço do etanol for muito baixo tem problema, ou não paga imposto, ou tem mistura de água, ou é metanol, que causa danos ao veículo e é um produto cancerígeno, ou é roubado, ou tudo isso junto”, alerta ele.
CELSO M. RODRIGUES