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Mais de 9 milhões de brasileiros não votaram no segundo turno das eleições

Número representa 29,26% dos 33.996.477 de eleitores que estavam aptos a votar domingo (27)

O segundo turno das eleições municipais ainda tem chamado a atenção, ao menos do TSE – Tribunal Superior Eleitoral, que divulgou, segunda-feira (28), que 9.947.369 eleitores não compareceram às urnas neste momento do pleito.

O número de abstenções representa 29,26% do eleitorado que estava apto a votar no último domingo (27), que era de 33.996.477.

Vale lembrar que o segundo turno ocorreu em 51 cidades do Brasil, destas, 15 são capitais.

Vereador eleito em Mauá, Dr. Wagner Rubinelli diz que é preciso investir em educação política também

 

Para o advogado e vereador eleito em Mauá com 3.117 votos, Wagner Rubinelli – Rede, a desconfiança e o velho discurso político podem ser o fio condutor dessa ausência nas urnas.

“Esse afastamento reflete, em grande parte, a insatisfação e a falta de confiança no sistema político. Muitos eleitores sentem que suas vozes não são ouvidas e que as campanhas não abordam problemas reais que afetam suas vidas. O cenário de polarização e o constante desgaste no discurso político também contribuem para essa desmotivação, fazendo com que o voto perca, para alguns, seu valor de transformação social”, opina Rubinelli.

Já o deputado federal, advogado e jornalista, Celso Russomanno – Republicanos, elencou um, entre outros fatores, que contribuiu para este cenário democrático desolador.

Deputado Celso Russomanno comparou campanha eleitoral dos prefeitos de São Paulo a reality show

 

“Um dos fatores foi o baixo nível da campanha em São Paulo. Infelizmente essa campanha para prefeito de São Paulo chegou ao limite do limite, isso traz descrédito para política. Imagina, temos uma série de pessoas que vão para política para aventura, e não por interesse ao bem público, e tem essas condutas fora da linha, chega a baixaria que chegamos com ataques pessoais. Para fazer eleição, você tem que preservar a família, pessoas, bons costumes, não falar palavrão em respeito aos eleitores”, opina o deputado.

 

ABC

 

1º turno

 

De acordo com o site do TRE-SP – Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo, em São Caetano, a abstenção no primeiro turno foi de 20,17%, quando 29,103 eleitores não compareceram às urnas.

Em Santo André, que poderia ter segundo turno, mas terminou com eleição de Gilvan – PSDB no primeiro, no dia 06 de outubro houve abstenção de 28,67%, ou seja, ausência de 167.222 eleitores.

Em Ribeirão Pires, que também só teve primeiro turno, a abstenção foi de 19,56% ou 16.733 não compareceram para votar.

Assim, em Rio Grande da Serra, também, com apenas primeiro turno, houve ausência de 5.781 eleitores no pleito, com abstenção de 17,03%.

Já nas cidades do ABC que tiveram segundo turno, o cenário de ausentes nos dias de pleito ficou assim:

Em São Bernardo, no primeiro turno, abstenção de 26,03% ou 167.365 eleitores preferiram não votar. Já no segundo turno aumentou, quando 207.712 eleitores ou 32,3% optaram por se abster do voto.

Em Diadema, situação semelhante, isso porque no primeiro dia de pleito houve abstenção de 25,82% ou 87.899 eleitores ausentes, e no segundo turno 101.592 não se deslocaram para escolher seu candidato, o que representa 29,8% do eleitorado.

E por fim, em Mauá, a tendência seguiu, quando, no primeiro turno, abstenção 24,13% do eleitorado não compareceram para votar, o que representa 76.851 dos eleitores, já no segundo turno, aumento também nesta cidade, quando 97.318 eleitores se recusaram a escolher seu prefeito ou 30,6% de abstenção.

Para encarar o problema, Dr. Rubinelli sugere uma receita simples.

“Para enfrentar essa questão, é essencial investir em educação política, conscientizando desde cedo sobre a importância do voto e da participação cidadã. Além disso, os candidatos devem se aproximar mais das comunidades e trabalhar propostas que dialoguem com as necessidades reais da população. A modernização do sistema de votação, tornando-o mais acessível e prático, também ajudaria a estimular a participação. A democracia depende da participação de todos, e cada voto conta para fortalecer o futuro que queremos construir”, propõe o vereador eleito.

Por fim, Russomanno compara este pleito aos programas de televisão.

“Parecia um reality show, onde tudo é possível, não acrescenta nada à democracia, é preciso rever os conceitos. A gente pode conter através da legislação, e a gente entende que a democracia é liberdade de expressão, não podemos conter isso, mas podemos criar mecanismos para prevenir excessos das eleições”, finaliza Russomanno.

 

 

 

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