O PT e a esquerda de forma geral saíram enfraquecidos da eleição municipal no Estado de São Paulo e, principalmente, no ABC, berço político do presidente Lula. Mesmo com o lançamento de seis candidatos na região, seguirá para o segundo turno com apenas dois nomes, em Diadema e Mauá. Com Lula de volta à presidência da República, o PT via a chance de recuperar o fôlego não só na cidade, mas em outros municípios que antes formavam o cinturão vermelho.
A população de São Bernardo, domicílio eleitoral de Lula, pôs o candidato petista em terceiro lugar, Luiz Fernando, seguindo com candidatos do Podemos (Marcelo Lima) e Cidadania (Alex Manente). O partido também perdeu em São Caetano, onde nunca venceu, além de Osasco e Guarulhos, cidades consideradas estratégicas para o partido. São Bernardo, aliás, deixou de ser comandado pelo PT em 2016, após oito anos de governo, em meio à onda antipetista que se fortaleceu com o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. Se somou a isso o enfraquecimento do movimento sindical, que perdeu o prumo desde a reforma trabalhista, em 2017.
Em Diadema, Taka Yamauchi – MDB, alcançou 47% dos votos e ficou à frente do atual prefeito Filippi – PT, que conseguiu 45%. O segundo turno promete ser duro para Filippi, porque está claro que a maioria da população não está satisfeita com o governo petista.
Já em Mauá, no duelo entre prefeito e ex-prefeito, a situação é menos desfavorável. O atual, Marcelo Oliveira – PT, recebeu 45% dos votos válidos. Já o deputado estadual Atila Jacomussi – União Brasil, alcançou 35,5%.
Em Santo André, Bete Siraque – PT, ficou em segundo lugar disputa, com apenas 16%. Uma verdadeira surra de Gilvan – PSDB, que alcançou 60% dos votos válidos e levou com sobra no 1º turno, prometendo dar continuidade ao projeto de Paulo Serra.
Olhando para acirrada eleição para prefeito em São Paulo, Guilherme Boulos – Psol, apadrinhado por Lula, tem missão difícil de conquistar qualquer voto do terceiro colocado Pablo Marçal – PRTB. O movimento normal indica que os votos de Marçal migrarão para Ricardo Nunes – MDB, o que selaria a reeleição do atual prefeito no segundo turno.
A eleição de 2024 era a esperança do partido de se fortalecer na região, mas as urnas deram uma dura resposta à Lula e indicam mais problemas para a esquerda para a próxima eleição, em 2026.
A mensagem está clara: a polarização segue em alta, assim como a reprovação do estilo PT de governar, com mais e mais impostos, arrecadação e déficit recordes. O povo não aguenta mais pagar a conta da irresponsabilidade dos políticos. Abre o olho Lula!