A Guarda Civil Municipal de Diadema Ana Claudia Xavier Marques Soares registrou um Boletim de Ocorrência contra o Inspetor Claudio Pereira da Silva, acusando-o de assédio sexual, no dia 27 de junho. Segundo Ana Claudia, o incidente ocorreu durante o seu plantão na central de operações da GCM – Guarda Civil de Diadema, onde trabalha na rede de rádio. “O inspetor entrou na sala, aproximou-se por trás de mim, deslizou as mãos pelos meus braços e começou a beijar meu pescoço. Relutei e disse para ele parar, afirmando que aquilo era assédio”, declarou Ana Claudia. Apesar de sua resistência, o inspetor riu e mudou de assunto. Na sala, além dela, estavam presentes outras duas pessoas.
Além disso, Ana Claudia revelou que já havia solicitado providências anteriormente em relação a abusos cometidos pelo mesmo inspetor. “Após o ocorrido, o comando me mandou passar por uma psicóloga. No entanto, como não conseguiram me desarmar, já que a psicóloga emitiu um parecer positivo, eles me restringiram de atuar na rua. Estou trabalhando internamente, o que parece ser uma forma de punição”, afirmou a guarda. Ainda mais, ela aguarda ser chamada pela Delegacia da Mulher para prestar depoimento.
O Boletim de Ocorrência foi registrado sob os artigos 215A (Importunação Sexual) e 216A (Assédio Sexual) na Delegacia da Mulher em Diadema. A denúncia está sendo investigada pela Polícia Civil, bem como pela Corregedoria da Guarda Civil Municipal de Diadema.
Além disso, a assessoria de imprensa da Prefeitura de Diadema informou que outras providências foram adotadas para proteger as partes envolvidas. “O GCM denunciado teve suas funções alteradas, conforme portaria já publicada, e seu horário de trabalho foi modificado para evitar contato com a denunciante. Também foi recolhido o armamento do denunciado”, afirmou a assessoria. Nesse sentido, a mudança de local e horário busca garantir a segurança e o bem-estar de todos.
Porém, em relação à denunciante, a prefeitura esclareceu que Ana Claudia já estava desempenhando serviços internos desde março de 2024. Além disso, ela continua com todas as prerrogativas da função, incluindo o porte de arma e o horário de trabalho. A restrição ao trabalho em rua foi adotada para preservar sua imagem e garantir sua segurança, o que, segundo a assessoria, é um procedimento comum em casos semelhantes.
Todavia, a investigação interna pela Corregedoria segue em curso, observando os princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência que regem o serviço público. “A ampla defesa e o contraditório estão garantidos, lembrando que ninguém pode ser considerado culpado até que o processo seja finalizado e julgado”, concluiu a assessoria da prefeitura.
MARCOS FIDELIS