Lula manda Robinho criar vergonha e espera que pague pelo crime de estupro

 

CELSO M. RODRIGUES

Um caso que se arrasta há mais de dez anos, a condenação do ex-jogador Robinho por estupro na Itália, agora ganha um personagem do meio político, não qualquer um, e que cobra vergonha do condenado e que a legislação brasileira seja cumprida.

 

 

Assim sendo, desta vez, quem se pronunciou em tom de cobrança foi o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva – PT, ao conceder entrevista ao jornalista César Filho, do SBT.

Fala

Em sua fala à emissora do Homem do Baú, Lula concorda com a prisão e que não há desculpa para tal atrocidade. “Todas as pessoas que cometerem crime de estupro tem que ser presa. A pessoa precisa aprender que a relação sexual não é apenas o desejo de uma parte, é a concórdia das partes. Então, um homem, um jovem que tem dinheiro, um jovem rico, famoso, pratica estupro e coletivo e acha que não cometeu crime, acha que estava bêbado, cria vergonha, sabe?”, declarou o presidente da República.

Justiça

A Justiça Brasileira, apesar da evolução, ainda trata alguns casos de maneira paternalista e machista, e o caso do Robinho é um deles, assim entende também o advogado criminalista Dr. Roberto Abelardo Bernardinelli que não acredita no cumprimento da pena. “Infelizmente, no Brasil ainda tem uma questão machista, vê o caso do Daniel Alves, o que passou, sendo um país como a Espanha, segurou, trancou e não teve comentário. Com relação ao Robinho, a morosidade do tempo faz com que a pena não seja aplicada. Aqui no Brasil não entendo que ele vá cumprir”, sugeriu o operador do Direito.

Imperdoável

Em um segundo momento, o Chefe do Executivo Federal afirma que aguarda que o ex-jogador pague pelo crime que cometeu. “Estupro é um crime imperdoável, então as pessoas tem que ser julgadas e condenadas. O Robinho já foi condenado na Itália e já era para estar cumprindo pena aqui, agora vai ser julgado este mês e eu espero que ele pague o preço da irresponsabilidade dele”, finalizou o presidente Lula.

Extradição

Dr. Roberto seguiu o raciocínio das leis. “Se a gente seguir as regras do nosso País, o brasileiro nato não pode ser extraditado. Isso é chamado de transferência executória, que não acontece nesse tipo de caso. Ainda que tenha praticado este crime lá, e esteja no Brasil, não podemos transferir, ainda que seja reconhecido no Brasil como crime”, discorreu o advogado.

Motivos

Para terminar Dr. Bernardinelli apontou três motivos que fazem com que a Justiça não trate o caso com o devido merecimento. “Infelizmente estamos falando de três condições básicas: jogador de renome que vive como se nada tivesse ocorrido, diferente de um cidadão comum, que já estaria atrás das grades. Certamente, o tempo que demanda e a cobrança da própria sociedade, já que para a sociedade o Robinho é um ídolo e não estuprador”, concluiu ele.

Entenda

Na madrugada de 22 de janeiro de 2013, na boate Sio Café, uma mulher de origem albanesa, que celebrava seu aniversário de 23 anos, foi estuprada por Robinho e outros cinco amigos, esta é a conclusão da Justiça italiana. No entanto, quatro amigos do ex-jogador deixaram a Itália com as investigações em curso e não foram processados.

O Tribunal de Milão, em novembro de 2017, deu o primeiro veredicto de Robinho após investigação da justiça italiana e o condenou a nove anos de prisão por cometer violência sexual em grupo.

Aliás, em 2020, o parecer da segunda instância, realizado pela Corte de Apelação de Milão, manteve a condenação inicial de nove anos de prisão, seguindo o mesmo entendimento.

Além disso, em 19 de janeiro de 2022, o veredicto final, da Corte de Cassação, a última instância da justiça italiana, ratificou a condenação de Robinho, recusando o recurso dos advogados do ex-jogador.

 

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