Com a virada do ano, brasileiros se deparam com um conjunto de despesas que impactam significativamente o orçamento doméstico. O aumento do custo de combustíveis, reajuste nas passagens de ônibus e no salário mínimo têm gerado reflexos importantes nas finanças familiares. Além das despesas habituais, como IPVA, IPTU, matrícula e material escolar, o aumento da inadimplência e a parcela do Programa Desenrola impulsionam a necessidade de uma organização financeira mais eficiente.
Alexandre Damasio, presidente da CDL – Câmara de Dirigentes Lojistas de São Caetano, destaca a importância de utilizar a inteligência financeira nesse momento: “O momento é de usar inteligência financeira para fazer um bom negócio e também procurar benefícios nos municípios.”
O primeiro passo para enfrentar esses desafios é listar todas as contas do início do ano e priorizar os pagamentos. Damasio sugere: “Comparar descontos dos impostos com ganhos financeiros é uma oportunidade de fazer uma análise crítica das taxas do cartão de crédito, das tarifas bancárias e de quanto remunera a poupança ou sua aplicação.”
Dentre as contas, o IPVA, por exemplo, oferece desconto de 3% no Estado de São Paulo, mas é crucial usá-lo estrategicamente, considerando a ausência de dívidas em atraso e uma folga no orçamento de janeiro. Além disso, programas de redução de valores do IPTU em vários municípios, especialmente para aposentados e portadores de doenças graves, podem representar alívio financeiro.
O setor educacional também apresenta oportunidades de negociação. Damasio destaca a flexibilidade nos recebíveis e a vantagem de negociar bolsas de estudo ou parcelamento da matrícula, desde que acordados sem juros.
Com o desafio de muitas pessoas não terem reservado o 13º salário para as despesas iniciais do ano, a sugestão é um planejamento detalhado até junho, diluindo as parcelas negociadas mensalmente e considerando o impacto nas finanças nos próximos seis meses.
O uso estratégico do cartão de crédito e a antecipação do FGTS são destacados como opções em situações específicas. Damasio ressalta: “Dívidas passadas devem ter prioridade, negociá-las sem juros ou com um bom desconto e pagá-las com o dinheiro do FGTS é à dica da vez.”
