Patriani e CCSH disputam terreno da Chocolates Pan com lance de R$ 70 milhões
MARCOS FIDELIS
Um leilão está agitando o mercado imobiliário em São Caetano, à medida que a Construtora Patriani e a CCSH Administração de Bens Intangíveis Ltda travam uma acirrada disputa pelo terreno onde funcionou a Chocolates Pan por quase 90 anos. O imóvel, com uma área de 10.432 metros quadrados, situado no bairro Santa Paula, foi a leilão, nesta sexta-feira (15) para quitar as dívidas acumuladas pela empresa de chocolates.
A Construtora Patriani fez uma oferta de R$ 70 milhões, com 25% de entrada e o saldo remanescente a ser pago em até 24 meses, devidamente corrigidos pelo índice da Tabela Prática do TJSP. Contudo, o lance da Patriani está condicionado à realização de estudos ambientais do solo, que deverão ser concluídos em até 180 dias, com um laudo que ateste a ausência de contaminação que possa inviabilizar um futuro empreendimento imobiliário no local. Além disso, a empresa pretende buscar a possibilidade de alteração do uso e destinação do imóvel, de logístico industrial para residencial multifamiliar, junto aos órgãos públicos aprovadores.
Por outro lado, a CCSH Administração de Bens Intangíveis Ltda também ofereceu R$ 70 milhões, com 25% de entrada e o saldo remanescente a ser pago em até 30 meses. A disputa está ainda mais acirrada com a presença de um terceiro lance em análise, no valor de R$ 65 milhões, apresentado pela DGD Participações Ltda (MAXX), com pagamento à vista.
Decisão
A decisão final sobre a venda deste terreno histórico que pertencia à Chocolates Pan agora está nas mãos do Juiz de Direito da 01ª Vara Regional de Competência Empresarial e de Conflitos Relacionados à Arbitragem da 1ª/7ª/9ª RAJ de São Paulo. O magistrado será responsável por avaliar os lances e homologar o vencedor desta disputa nos próximos dias.
Histórico
Localizada em uma das áreas mais valorizadas de São Caetano, a antiga fábrica de guloseimas começou a operar no endereço em 1935 e produziu produtos que marcaram a infância de muitas gerações, como os famosos cigarrinhos e moedas de chocolate.
As dificuldades financeiras da Chocolates Pan surgiram em 2019, e no início de 2023, a empresa entrou com um pedido de autofalência na 1ª Vara Regional de Competência Empresarial e de Conflitos Relacionados à Arbitragem da 1ª RAJ de São Paulo, alegando incapacidade de honrar as dívidas acumuladas, que totalizavam R$ 260 milhões. O pedido foi recusado, e a falência da empresa foi decretada no mesmo mês.