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Turismo religioso: Festas da fé no sertão tocantinense

Seleucia Fontes

 

 

Sinopse: O mês de agosto é dedicado ao Senhor do Bonfim, às Cavalhadas de Taguatinga e outros festejos

 

No Estado do Tocantins, agosto é o mês da fé. Nas últimas semanas, ocorreram algumas das principais romarias e festejos do calendário católico envolvendo um exército de festeiros, colaboradores e romeiros que mantém tradições hoje valorizadas também pelo grande potencial para o desenvolvimento de projetos no segmento do turismo religioso.

Cavalhadas de Taguatinga retomam guerra religiosa entre mouros e cristãos_Mazim Aguiar
Rainha e Rei de Nossa Senhora do Rosário defendem preservação da Romaria da Sucupira_Mazim Aguiar

 

A história das cidades mais antigas do Estado passa, necessariamente, pela presença da Igreja Católica. Os primeiros não indígenas a colocarem os pés na região que hoje é o Tocantins foram integrantes de uma missão religiosa fundada pelo Frei Cristóvão de Lisboa, em 1625.

A região Sudeste do Estado, também conhecida como Região Turística das Serras Gerais, reúne municípios com festividades mantidas há mais de um século, que atraem grande número de participantes.

 

Senhor do Bonfim

Natividade, localizada a 220 km de Palmas e a mais antiga cidade do Estado, fundada em 1734, preserva várias festividades centenárias, em especial a Romaria do Bonfim, entre os dias 6 e 17 de agosto. O Senhor do Bonfim também é reverenciado com peregrinações nas cidades de Tabocão e Araguacema, no mesmo período.

Neste ano, a maior romaria do Tocantins, que soma mais de 200 anos, recebeu no Santuário do Senhor do Bonfim, a 26 km de Natividade, milhares de devotos tocantinenses e de outros estados, como Mato Grosso, Pará, Goiás, Rio de Janeiro, além de Brasília.

Durante a caminhada até o povoado, relatos de milagres e graças atribuídas ao Senhor do Bonfim formam uma mistura de fé, religiosidade, história e cultura. No local, há grande movimentação comercial no período, para atender as demandas dos visitantes.

 

Cavalhadas

A 465 km de Palmas, Taguatinga carrega em sua história muita tradição e cultura. As honras à Nossa Senhora D’Abadia, padroeira da cidade, são marcadas por momentos de devoção e emoção durante as festividades. Visitantes de Brasília, Goiânia, Barreiras, Luís Eduardo Magalhães, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e da Capital, Palmas, foram registrados na edição 2023.

Além das missas, novenas e procissões, o destaque cultural da programação dos festejos são as Cavalhadas que resgatam a história de luta entre os cristãos e os mouros, povo muçulmano, na idade média.

Em um campo de futebol, cavaleiros simulam a disputa entre os cristãos (trajados de azul) e muçulmanos (trajados de vermelho) para a supremacia de suas religiões. A vitória dos cristãos marca a consolidação do cristianismo naquela época até os dias atuais.

“É um momento que marca a vida do povo católico e do cidadão, onde o religioso e o cultural se encontram, que chamamos de tradição. É um encontro com Deus e de uns com os outros”, afirma o padre Marcos Aurélio Ramalho Silva.

 

Sucupira

Também localizada na região sudeste do Estado, Dianópolis, que tem seu surgimento ligado ao primeiro aldeamento indígena de toda a Capitania de Goiás, as Missões, em 1751, da mesma forma preserva sua tradição religiosa. Além de festejos realizados em outros períodos do ano, o mês de agosto é marcado pela Romaria da Sucupira.

Esta atividade acontece a cerca 35 km da cidade, de onde partem fiéis de Nossa Senhora do Rosário e do Divino Espírito Santo. Considerada a única romaria sertaneja do Tocantins, é atrativo potencial do turismo religioso.

Filho da terra, há 60 anos Hercy Filho participa da Romaria da Sucupira. Desta vez, reinou junto à esposa, Marizete de Fátima, e afirmou que o festejo significa a fé levada ao alto. “O canto da folia é um diálogo de fé, cultura, história, tradição e muita religiosidade”, resume.

Para o prefeito de Dianópolis, José Salomão, há uma conexão entre religião e turismo. Ele cita o exemplo de Trindade, em Goiás, e de Bonfim, em Natividade. “Quanto à nossa romaria, a gente observa que vem gente de fora”, informa. “Observamos que as pessoas vêm por curiosidade e isso é cultura, é o turismo que aquece a economia”, completa.

 

 

 

 

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