Pesquisa inédita da SOCESP constata que mais de 40% da população no Estado é fumante ou fumante passivo
A Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo promove uma campanha de conscientização em virtude do Dia Nacional de Combate ao Fumo celebrado em 29 de agosto
 
						
O tabaco ainda é uma realidade para 20,3% dos brasileiros, que vivem no Estado de São Paulo e 22% que são fumantes passivos. Os dados fazem parte de uma pesquisa da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo – SOCESP – realizada com 2.236 pessoas jovens, adultas e idosas nas cidades paulistas de Araçatuba, Araraquara, Bauru, Osasco, Ribeirão Preto, São Carlos, São José do Rio Preto, Sorocaba, Vale do Paraíba e na capital São Paulo.
“O resultado contraria os números oficiais, que identificaram queda no total de tabagistas maiores de 18 anos a partir de 2003, quando o percentual apresentado foi de 22,4%, caindo para 18,5% em 2008 e, em 2019, a Pesquisa Nacional da Saúde (PNS) apontava que apenas 12,6% dos adultos brasileiros fumavam. A contradição também alcança as pessoas expostas ao tabaco: 16,3% dos maiores de 18 anos seriam fumantes passivos” analisa a especialista em tratamento do tabagismo e assessora científica da SOCESP, Jaqueline Scholz. Para a cardiologista, o descompasso entre o levantamento paulista e as pesquisas do Governo Federal pode ser justificado pelo uso progressivo do cigarro eletrônico ou vape, que vem crescendo exponencialmente, além dos narguilés.
O consumo dos eletrônicos apresentou um aumento significativo nos últimos anos no mundo. Um dado recente do IPEC – Inteligência em Pesquisa e Consultoria concluiu que seis milhões de fumantes brasileiros já experimentaram o vape, apesar do dispositivo estar entre os produtos proibidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária desde 2009.
“Nunca é demais lembrar que o tabagismo de qualquer origem favorece o aparecimento de doenças sistêmicas, como as cardiovasculares, que podem levar à morte”, alerta a assessora científica da SOCESP que completa: “a lista de problemas de saúde provocados pelo tabaco é extensa, incluindo câncer de vários tipos”. Os vapes podem viciar em menos tempo que o cigarro comum e estudos feitos por Jaqueline Scholz comprovaram que fumar cigarro eletrônico equivale a 20 cigarros convencionais em relação à quantidade de nicotina.
“Os vapes tendem a seduzir os mais jovens – e até crianças – por serem aclamado em redes sociais e estarem cada vez mais presente nas rodas de amigos. Alguns modelos, inclusive, são saborizados, passando a ideia de algo inofensivo”, constata a cardiologista.
A SOCESP promove, ao longo do mês de agosto, uma campanha com postagens em suas redes sociais, esclarecimentos no site da entidade e entrevistas em vídeo e podcasts sobre o assunto.
 
				