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Especial Bahia: Temperos e sabores da culinária afetiva baiana

Por Seleucia Fontes

 

 

Imagino que se perguntarem qual é o prato da culinária tradicional que melhor representa a Bahia, sua resposta será: acarajé.

 

Também pudera, ele desfila ao lado das baianas sorridentes, pode ser encontrado por toda parte e tem algumas representantes icônicas, em especial as já falecidas Dinha e Cira, cujas famílias preservam seus legados.

 

Mas se você estiver em Salvador e perguntar qual o melhor de todos, dificilmente encontrará uma única resposta. O motivo: cada baiano tem o “seu” acarajé favorito, que inclusive pode sair da cozinha de sua própria mãe, avó, tia, ou de uma barraca de feira distante dos pontos turísticos.

 

Unanimidade mesmo é o segredo para o acarajé perfeito: o bolinho com a massa à base de feijão fradinho, frito no dendê, deve ter uma casquinha crocante e um miolo macio, para ser apreciado puro ou recheado com vatapá, camarão, caruru.

 

Mas a lista de delícias baianas vai muito além: os já citados vatapá e caruru, o abará, a peixada, a moqueca, a caldeirada (que não leva azeite de dendê), cocadas e outros doces com frutos locais, xinxim, caldos de mariscos como o sururu.

 

A longa lista de pratos – muitos deles herdados dos terreiros de Candomblé – desafiam quem vai para a Bahia achando que manterá o peso!

 

Sugestão: pense nisso depois, permita-se desvendar uma culinária carregada de cultura, com forte herança africana.

 

Vale lembrar que o forte azeite de dendê não é bem-vindo aos estômagos mais sensíveis e que a fama do uso da pimenta é controversa: na maioria das vezes, a pimenta é servida separadamente.

 

 

Apimente-se

 

Promover vivências culinárias em comunidades quilombolas e fazendas onde é possível tirar o dendê, aprender fazer o acarajé, o beju, acompanhar a produção da farinha artesanal, ou mesmo levar iguarias tradicionais a eventos é a proposta do projeto Apimente-se, da DNA Bahia, uma operadora com foco em experiências com sabores e saberes baianos.

A iniciativa da publicitária Andressa Loss busca a valorização da culinária tradicional baiana, em uma capital repleta de ofertas para todos os públicos, inclusive com restaurantes premiados.

Para quem busca diferenciais, é possível visitar a Fazenda Cassinum, na cidade histórica de Cachoeira, se deliciar com a culinária de terreiro da Chef Solange Borges ou levar estes sabores para eventos executivos.

 

 

Onde comer

 

Restaurante do Sesc Pelourinho. Localizado em um prédio histórico lindo e preservado, o restaurante reúne as principais referências gastronômicas baianas.

 

O outro restaurante escola do Sesc fica localizado na Casa do Comércio e tem outra “pegada”, contemporânea, que vale à pena conferir.

 

Ainda no Pelourinho, a Cantina da Lua é parada obrigatória. Fácil de achar, fica numa esquina do Terreiro de Jesus, desde 1945, e ainda hoje conduzido pelo encantador Clarindo Silva, que serve bobó de camarão, moqueca e outras delícias.

 

Saindo de Salvador rumo ao município de Camaçari, a cerca de 50 km da capital, além das praias a dica é degustar as iguarias dos restaurantes Mar Aberto, na Praia de Arembepe, e o Alecrim Sabor Artesanal, em Itacimirim.

A diferença entre a moqueca e a caldeirada está no dendê_Seleucia Fontes
O abará é cozido à vapor, tem azeite de dendê e camarão adicionados à sua massa_Seleucia Fontes

 

No Restaurante Senac Pelourinho, pratos típicos em prédio histórico_Sidney Haack
Acaraje, um dos pratos típicos baianos, originário dos terreiros_Rosilda Cruz (1)

 

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