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Caso de Vini Jr. acende alerta sobre racismo estrutural, afirma

Prof. Denise Auad

O jogador de futebol brasileiro Vinícius Jr., atuando pelo Real Madrid, foi alvo de mais um ataque racista durante uma partida contra o Valencia, no último domingo (21), no estádio Mestalla, em Valência, Espanha. O caso traz à tona a discussão sobre o racismo estrutural, evidenciando a gravidade do problema tanto no âmbito esportivo quanto em diferentes países ao redor do mundo.

Durante o jogo, Vinícius Jr. apontou torcedores que o ofenderam, o que resultou na interrupção da partida. Posteriormente, os jogadores se envolveram em uma confusão, e o jogador do Valencia chegou a aplicar um golpe em Vinícius Jr., que reagiu acertando o adversário no rosto. O brasileiro acabou sendo expulso, mas o cartão vermelho foi anulado na terça-feira (24), e parte da comissão técnica responsável pelo jogo foi demitida.

Conversamos com a Prof. Dra. Denise Auad, coordenadora da pós-graduação em Direito das Diversidades e Inclusão Social da Faculdade de Direito de São Bernardo. Segundo a professora, esse triste cenário na Espanha se assemelha às situações de racismo estrutural enfrentadas em diferentes países, incluindo o Brasil.

A Prof. Dra. Denise Auad destacou a importância de entender que a valorização das pessoas está sujeita a marcadores sociais construídos culturalmente, resultando em desigualdades e situações de vulnerabilidade. “No caso de Vinícius Jr., a combinação de ser negro, brasileiro e pertencer à América Latina torna-o mais vulnerável no contexto europeu, proporcionando uma condição que o coloca como alvo fácil para ofensas raciais“, destaca.

A coordenadora ressaltou que a postura corajosa de Vinícius Jr. ao se manifestar contra o racismo é importante para evidenciar a gravidade do problema e alertar a sociedade sobre a necessidade de indignação e ação. Ela enfatizou a importância de uma resposta efetiva por parte das autoridades e da liga de futebol, destacando que as questões relacionadas ao racismo não podem ser ignoradas ou tratadas com indiferença.

A professora Denise Auad também expressou preocupação com a crescente presença de discursos racistas e preconceituosos nas redes sociais. “É importante uma campanha educativa abrangente, envolvendo instituições, políticas públicas e a sociedade em geral, para combater e desencorajar o racismo estrutural. Sem esquecer de punir os responsáveis por atos de racismo, fazendo valer as leis que criminalizam essas condutas”, conta Auad.

O caso de Vinícius Jr. serve como um alerta contundente para a sociedade, reforçando a urgência de combater o racismo estrutural em todos os âmbitos da vida. O esporte, que deveria ser um espaço de inclusão e igualdade, mostra-se vulnerável a atitudes discriminatórias, destacando a importância de esforços conjuntos para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.

Nessa luta contra o racismo, é fundamental que cada indivíduo assuma a responsabilidade de promover a diversidade e a inclusão, rejeitando qualquer forma de discriminação racial. Somente por meio da conscientização e do combate ativo ao racismo estrutural poderemos aspirar a uma sociedade verdadeiramente igualitária“, finaliza a Prof. Dra. Denise Auad.

Diversidade e Inclusão

A Direito São Bernardo reconhece a importância do debate sobre o tema e valoriza a educação como meio de promover a igualdade racial e de gênero. A instituição é pioneira na criação de uma pós-graduação em Direito das Diversidades e Inclusão Social. O curso tem como objetivo capacitar profissionais de diversas áreas do conhecimento, buscando eliminar ou minimizar posturas xenofóbicas, preconceituosas, racistas, conflitos religiosos e a marginalização de grupos minoritários em geral.

 

 

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