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Tintos e Tantos Outros

o sabor e o saber do vinho

Humberto Domingos Pastore

Humberto Domingos Pastore

 

Fui atrás da felicidade e voltei com uma garrafa de vinho”
Autor Desconhecido

Afinal qual o significado do termo “Cru” no vinhedo?

    Para falar do conceito de Cru nos vinhedos é preciso dedicar antes algumas palavras sobre os monges cistercienses, afinal foram eles que “cultivaram” esta palavra a partir da Viticultura de Borgonha na França.
    Tudo começou com o noviço Bernardo de Fontaine que fundou em 1098 a Ordem Cisterciense cujos monges revolucionaram a produção do vinho por toda França. Curiosamente quando o mosteiro atingia a quantidade de 60 integrantes, 12 deles eram obrigados a sair e fundar um novo, levando com eles todos os conhecimentos de vinicultura que tinham assimilado.
    Zelosos e preocupados com a Perfeição levaram esses preceitos para as vinhas, não só produzindo excelentes vinhos, mas estudando todos os detalhes da sua produção. E assim nasceu o conceito de Cru no sentido de “crescido”, como veremos a seguir.
    O termo Cru vem do particípio passado do verbo “croître”, uma derivação do latim crescere, que significa “crescer”. Portanto, Crû, originalmente com acento circunflexo se refere a “crescido”, como a algo que foi desenvolvido, cultivado. A palavra foi traduzida para o inglês como growth, ou seja, de cultivo, produzido.
    Para os monges medievais o termo definia uma parte homogênea de um vinhedo, cujo vinho apresentava determinadas características específicas safra após safra. Ou seja, a constância de resultados fez com que eles passassem a demarcar certos locais em que encontravam vinhos com um tipo de qualidade reconhecível, já que solo e clima contribuíam para dar essa homogeneidade – um conceito muito similar ao de terroir.
    Os monges criaram um mapa delimitando os vinhedos (Crus) da Borgonha, até hoje usado. Alguns vinhedos tinham características tão facilmente reconhecidas que chegaram a ser murados, o que deu origem aos Clos (famosos vinhedos “fechados” com um muro). Além de delimitar os Crus, os monges também passaram a classificá-los qualitativamente. Mais tarde, essa classificação criaria dois níveis qualitativos que são, Grand Cru e Premier Cru.

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