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Tese na USCS discute ações no Instituto Federal da Paraíba

Doutorado na USCS estuda geração e transferência de conhecimento na articulação para o desenvolvimento regional baseado em inovação

 

 

 

Como a geração e compartilhamento de conhecimento no Polo de Inovação do Instituto Federal (IF) da Paraíba estão articulados às dinâmicas do desenvolvimento regional? Essa foi a pergunta norteadora que a administradora Francicleide Gonçalves de Sousa procurou responder em sua tese de doutorado em Administração na Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS). A pesquisadora utilizou o método de estudo de casos, com análise de cinco unidades (campi) localizadas nas cidades de Campina Grande, Cajazeiras, João Pessoa, Souza e Patos, no Estado da Paraíba, além de contar como fontes de dados com uma série de documentos institucionais e de órgãos oficiais, conteúdo das plataformas digitais da organização, bem como entrevistas semiestruturadas junto a 16 atores internos e externos ao Instituto Federal.

 

Outros objetivos específicos que a aluna tentou responder com sua pesquisa foi descrever a articulação e interrelação entre os atores econômicos envolvidos na dinâmica de inovação promovida pelo IFPB; analisar os mecanismos e as estratégias de geração e compartilhamento do conhecimento entre os atores econômicos que estimulam o desenvolvimento regional; analisar os resultados gerados e soluções efetivamente aplicadas que estimulam o desenvolvimento regional, no âmbito de atuação dos diferentes campi do IFPB e propor um modelo de articulação capacitado a integrar a geração e o compartilhamento de conhecimento entre os atores econômicos e os Polos de Inovação dos IFs.

 

Francicleide Sousa conta que a evolução e as mudanças ocorridas nos IFs acompanham aquelas que acontecem no mercado de trabalho, produtivo e consumidor, na economia e também na sociedade, que revelam as diversas mudanças ocorridas nas instituições, a maneira como foram concebidas enquanto formadoras de força de trabalho e como  evoluíram para ofertantes de cursos de formação profissional, dado que a educação profissional se insere no cenário nacional como uma estratégia de desenvolvimento. “Atualmente a rede é formada por 38 Institutos Federais presentes em todos Estados da Federação, oferecendo cursos de qualificação, ensino médio integrado, cursos superiores de tecnologia e licenciaturas. Essa Rede ainda é formada por instituições que não aderiram aos Institutos Federais, mas também oferecem educação profissional em todos os níveis”, explica a pesquisadora. De acordo com a aluna do PPGA-USCS, “pode-se pensar nos IFs como instituições de educação profissional e tecnológica que se propõem, como parte de sua missão, a contribuir com a Política de Ciência, Tecnologia e Inovação, coordenada, em âmbito nacional, pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, e que estes se configurem também como uma rede de inovação, além de uma rede de ensino”.

 

Para justificar sua pesquisa, Francicleide relata que os estudos que tratam do processo de articulação entre Universidade, Estado e empresas e que têm como base teórica a Hélice Tríplice, apontam uma lacuna para trabalhos realizados nos IFs, visto que tais pesquisas têm como foco as Universidades enquanto instituições promotoras de uma dinâmica de inovação e desenvolvimento regional. “Neste estudo, toma-se como ineditismo o fato de o tema sobre mecanismos e estratégias de conhecimento, bastante abordado em ambiente de inovação, apresenta uma lacuna importante em relação aos Polos de Inovação vinculados aos Institutos Federais de Educação, por serem organizações ainda recentes. Há também o critério do interesse pessoal, visto que o estudo também colabora com minha percepção como pesquisadora quanto ao fenômeno estudado, sendo servidora pública efetiva de um dos Polos de Inovação, desde o ano de 2010”, relata a recém-doutora.

 

Para a coleta de dados, a pesquisa foi desenvolvida em duas etapas que se complementam, muito embora cada uma realizada com um procedimento metodológico específico: a primeira se baseou na coleta de dados primários (entrevistas semiestruturadas). A segunda etapa consistiu no levantamento de dados secundários (pesquisa bibliográfica, documentos oficiais do IFPB e de domínio público) para posterior análise e discussão dos resultados encontrados. Os dados primários foram coletados a partir da realização das entrevistas semiestruturadas com 16 sujeitos, sendo divididos em três grupos com os representantes de cada segmento econômico que compõe este estudo: o IFPB, empresas privadas e órgãos públicos.

 

Os resultados da pesquisa de Francicleide indicaram que o conhecimento tecnológico é gerado a partir do desenvolvimento de projetos de pesquisa de professores e alunos direcionados para que parcerias e convênios visando à sua execução, enquanto a transferência do conhecimento gerado ocorre por meio de reuniões, patentes, protótipos, capacitação, testagem de produtos/processos e desenvolvimento de sistemas tecnológicos para a resolução de problemas. Os setores econômicos beneficiados com a transferência do conhecimento são a manufatura e o setor de serviços, além de empresas de pequeno e médio porte instaladas principalmente na Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte. O desenvolvimento regional é fomentado a partir dos projetos executados e se manifesta por meio de aumento de trabalho qualificado, aumento das oportunidades de emprego e renda, potencial de novos empreendimentos, e a atração de migrantes oriundos dos estados fronteiriços com a Paraíba. “Por meio dos depoimentos e dos relatos dos sujeitos entrevistados foi possível realizar a análise do processo de geração e transferência do conhecimento científico e aplicado, que emerge da articulação entre os agentes econômicos, principalmente em torno dos projetos de pesquisa, desenvolvimento, extensão e inovação”, revela a pesquisadora.

 

Francicleide acredita que as contribuições de sua tese para o campo de conhecimento da Administração corporativa/empresarial procuraram validar a premissa de que a Organização não gera conhecimento, mas os indivíduos que a compõe, devendo haver mecanismos e estratégias eficientes para articulá-los com outros agentes que circundam o ambiente empresarial. “Quanto à Administração Pública, o trabalho contribuiu para revelar que o progresso das competências nas Organizações não privadas, devem ser priorizadas pela gestão, no sentido de agregar mais valor aos resultados gerados e que são indispensáveis ao desenvolvimento e inovação das regiões em que atuam”, ressalta a aluna do PPGA-USCS.

 

Seu orientador, Prof. Dr. Luís Paulo Bresciani, do PPGA-USCS, ressalta a importância da pesquisa de Francicleide: “a tese mostra a relevância de projetos compartilhados entre o setor produtivo e os Institutos Federais nos territórios em que atuam. E também como a Embrapii pode aproveitar a capilaridade dos IFs para projetos de inovação industrial em diferentes lugares do Brasil. A relevância de uma boa governança pública de projetos voltados ao desenvolvimento regional e local fica também evidenciada pela pesquisadora”.

 

A tese de doutorado de Francicleide Gonçalves de Sousa pode ser acessada, na íntegra, em: https://uscs.edu.br/pos-stricto-sensu/arquivo/763.

 

O Programa de Pós-Graduação em Administração – PPGA da USCS é composto por: Mestrado, Doutorado e Pós-Doutorado em Administração. Contempla três linhas de pesquisa:  Gestão para o Desenvolvimento e Regionalidade; Gestão Organizacional e Redes Organizacionais e Inovação. Mais informações sobre o programa, acesse: https://uscs.edu.br/pos-stricto-sensu/ppga/mestrado-em-administracao.

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