Ordalina Candido é daquelas mulheres que são patrimônio de Diadema e fonte inesgotável de inspiração. Pintora e cabeleireira autodidata, com exposição do seu trabalho em diversos países, dona Ordalina tem sua história de vida misturada com a construção da cidade e do fortalecimento do povo negro diademense.
Paranaense radicada em Diadema, a moradora do Jardim Inamar lidou com incontáveis episódios de racismo desde criança. Toda sua história é tema do quinto episódio da série Mulheres que Inspiram, produzido pela Secretaria de Comunicação em parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Trabalho de Diadema, que trata de grandes mulheres da cidade.
Dona Ordalina, de 78 anos, chegou em Diadema em 1960 depois de tempos difíceis no Paraná – ela estudou em um colégio particular que rejeitava estudantes negros graças à insistência de sua mãe. Lá, teve contato com a produção de artes. Ali seu futuro se transformou.
Em Diadema, dona Ordalina conheceu uma cidade em transformação. De refúgio paulista, com chácaras e fazendas, Diadema passou a ser um município industrial. Todo crescimento da cidade está constantemente presente em suas obras de arte – é comum dona Ordalina retratar a periferia de Diadema com um olhar singular da complexidade dos bairros mais distantes do Centro.
“A inspiração, para mim, é olhar o mundo e a paisagem, que foi criada por Deus. Tudo nos inspira. E vivo uma constante busca pela inspiração também”, conta a artista, que já teve suas obras expostas em Portugal, Noruega, Inglaterra, Dinamarca, Suíça, Austrália, França e Canadá, além de grandes casas de São Paulo e do País. “Vivo o sonho de trabalhar com arte, que é o que sempre quis”.
Dona Ordalina também é conhecida por suas habilidades de cabeleireira. Ela tem um dom raro de produzir verdadeiras obras de arte em cabelos negros com suas tranças inconfundíveis. “É muito gratificante quando recebo mensagens que minhas tranças mudaram o espírito de alguém. Eu me sinto uma rainha quando isso acontece.”
“Meu sonho é achar aquelas pessoas que sonham em pintar ou mudar o cabelo, a trançar o cabelo. Ao realizar o sonho de outras pessoas eu realizo o meu também”, responde dona Ordalina, sobre quais sonhos ainda tem. “Quero passar para mais pessoas aquilo que eu sonhei. Eu agradeço muito à minha mãe, que lutou demais pela gente. Ela foi uma mulher muito forte e eu sempre quis ser essa mulher forte, capaz de chegar aos lugares onde sempre sonhei.”
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