Sem alternativa, morador de Diadema busca as UBSs e UPAs de São Bernardo
Marcos Fidelis
Devido ao péssimo atendimento na rede de Saúde de Diadema, moradores buscam atendimento em São Bernardo. A informação parte do vereador Almir do Gás – PSDB-SBC, que protocolizou requerimento na Câmara para obter dados sobre o atendimento nos equipamentos do município. com moradores de cidades vizinhas. “Cerca de 40% dos atendimentos em UBSs e UPAs em regiões limítrofes da cidade, são oriundos de cidadãos de Diadema”.
Almir do Gás diz que Saúde de São Bernardo atende moradores de Diadema
São Bernardo investe forte na Saúde, melhorando a qualidade no atendimento, medicamentos e exames, inclusive para moradores de cidades vizinhas
Marcos Fidelis
O vereador de São Bernardo, Almir do Gás – PSDB, protocolizou na Câmara Municipal, um requerimento pedindo informações sobre o atendimento de munícipes de cidades vizinhas na rede de atenção básica de saúde e urgência são-bernardense.
A ação se deu após o parlamentar observar o aumento de reclamações sobre o atendimento em UBSs – Unidades Básicas de Saúde e UPAs – Unidade de Pronto Atendimento, dentro da cidade. Ao se dirigir aos locais de atendimento, o vereador se deparou com muitos pacientes da vizinha Diadema.
“Foi criada uma dificuldade de atendimento dos nossos próprios munícipes por conta da quantidade de pacientes que acabam vindo de Diadema”, afirma o vereador ao apontar que, devido ao aumento de demanda, o são-bernardense acaba ficando sem suporte médico.
Métricas
Almir do Gás ainda diz que, atualmente, cerca de 40% dos atendimentos em UBSs e UPAs em regiões limítrofes são oriundos de cidadãos de Diadema.
O psdbista destaca que a cidade de São Bernardo tem investido um grande volume de recursos na Saúde, melhorando a qualidade no atendimento e que, com isso, moradores de Diadema acabam achando meios de burlar os cadastros em UBSs da cidade e assim garantir um atendimento público na Atenção Básica.
“São Bernardo jamais vai deixar de atender pacientes, mas precisamos que cada prefeitura faça sua parte. Exames, consultas e diversos procedimentos estão sendo prejudicados, atrasando nossa população, por que a gestão diademense não faz a sua parte”, completa Almir do Gás.
Para promover o debate regional, o Vereador Almir do Gás idealizou a Comissão Intermunicipal de Vereadores com o objetivo de discutir os desafios das cidades do ABCDMRR.
Caso
O REPÓRTER esteve na UPA Paulicéia, na região de divisa entre as duas cidades e pôde observar a quantidade de diademenses que recorrem ao atendimento no equipamento. É o caso de Fabíola (nome fictício, a entrevistada preferiu não se identificar) que mora no bairro Eldorado (cerca de 17 quilômetros da unidade de saúde), com o marido doente, a solução foi buscar atendimento em São Bernardo, mesmo com uma UPA no bairro onde mora.
“Aqui (na UPA Paulicéia) é mais rápido, meu esposo precisava passar no médico, aqui tem medicação e tudo mais, coisa que na UPA Eldorado não tem”, conta Fabíola. Ela afirma que sempre recorre ao sistema de saúde de São Bernardo e que, por muitas vezes, os próprios profissionais da Saúde em Diadema recomendam a ida à vizinha.
“Não adianta, fui muitas vezes ao Quarteirão da Saúde, horas e horas para ser atendida, já tive vezes deles pedirem para ir para São Bernardo”, conclui.
Problema antigo
A qualidade do sistema de Saúde de Diadema já foi alvo de denúncias até mesmo no MP (Ministério Público). Recentemente, o vereador Eduardo Minas – PROS, buscou informações sobre o contrato emergencial da Prefeitura de Diadema com a SPDM – Sociedade Paulista de Desenvolvimento da Medicina, OSS – Organização Social de Saúde, que está à frente dos principais equipamentos do município. Ele protocolizou denúncia também no Tribunal de Contas do Estado.
“A cidade investe R$ 1.800.000,00 por dia na Saúde, com serviço precário para a população que sofre com a espera nas unidades básicas, nos corredores do Pronto Socorro, além do péssimo serviço do Samu”.
Nota
Por sua vez, a Prefeitura de Diadema informou por meio de nota que “o Contrato foi firmado para dar legalidade durante sua vigência e impôs o cumprimento de metas qualitativas e quantitativas, além de impor a obrigação de equipe mínima de profissionais em cada serviço, entre outras mudanças. A implantação deste modelo permite, entre outras vantagens, discutir os cumprimentos das metas contratuais, as justificativas para o não cumprimento de metas e os descontos cabíveis. Como resultado direto dessa medida, podemos citar, como exemplo, a implementação do Programa UBS Nota 10, que vem trazendo vários avanços para a Atenção Básica, como revitalização das estruturas físicas das UBSs, padronização visual, segurança patrimonial e implantação de novos recursos tecnológicos”.