Artista sancaetanense vai expor em Paris
Caroline Gonçalves em “Do Mosaico à Pintura”
Caroline Gonçalves, (34) é de São Caetano e sua carreira de artista pelo mosaico em 2014, sem grandes pretensões, mais por querer desenvolver alguma habilidade manual e aprendeu as técnicas básicas, logo trilhando o caminho praticando muito, experimentando e criando seus próprios desenhos no mosaico.
“Meu primeiro grande trabalho foi o revestimento de uma capela toda de mosaico em 2018/2019 com o auxílio de minha mãe, e foi o que me deu visibilidade nesse meio. Passei a dar oficinas, vender peças e a desenvolver projetos de muralismo.
Capela de mosaico
Quando chegou a pandemia em 2020/2021, isolada e sem conseguir ministrar oficinas presenciais no mosaico, senti vontade de pintar paredes, no mosaico o muralismo é muito trabalhoso e pouco valorizado, o material é caro e as pessoas não contratam o serviço, é muito difícil conseguir clientes e não há incentivos por parte dos poderes públicos para fazer projetos nas cidades. Pensei, por que não começar a pintar paredes? A pintura mural é mais rápida para fazer, não precisa de tantos materiais para ser executada, e o preço é mais acessível e continuaria colorindo os espaços. Fiz um curso bem rápido online, e logo coloquei em prática, a primeira pintura foi na caixa d’água ao lado da capelinha de mosaico e a segunda foi na porta do meu banheiro”, conta Caroline que vai expor seus trabalhos no Carrousel du Louvre _ Art Fair , entre 21 e 23 de outubro em París.
Projeto de muralismo em mosaico, Jardim Externo (2020)
Primeira pintura na Caixa d’água maio2021
Depois fui contratada para alguns trabalhos o que me deu experiência, e passei a gostar muito das tintas e dos resultados, das paredes fui experimentar as telas e não parei, vendi algumas, outras foram encomendadas. Nunca fiz aulas, as pinturas são intuitivas, livres, coloridas, fluidas, são botânicos abstratos brincando com as cores.
No final de 2021 tive uma grande surpresa, fui selecionada para uma primeira exposição na minha vida, pela Bela Bienal na curadoria de Édson Cardoso para participar de um circuito internacional de exposições, Brasil, Japão, Finlândia, França. Aceitei participar de duas, a do Brasil que teve início no mês de fevereiro em homenagem ao centenário da semana de 22, nas cidades do Rio de Janeiro, Brasília e São Paulo, onde expus 4 quadros releituras de Tarsila do Amaral. E a outra exposição, sonho de todo artista plástico, participar da Feira Internacional de Arte de Paris no Carrousel Louvre no período de 21 a 23 do mês de outubro
Exposição Ecos do Moderno ao Contemporâneo em São Paulo no Centro Cultural dos Corrreios
A pintura não substituiu o mosaico, a ideia é um dia unir os dois em murais, considero minha trajetória um pouco aleatória, pois não estudei arte e nem vivo de arte, mas faço com amor e com a alma, na pandemia a arte foi o que me salvou e coloriu meus dias e gosto de compartilhar o que faço.