Conta-se que uma senhora levou para sua casa, para companheiro de brincadeiras de seu filho, um menino aleijado que era corcunda também. Tinha avisado o filho que fosse muito cuidadoso no trato com o amiguinho para não magoá-lo sobre aquele assunto, tratando-o e brincando com ele como se fosse um menino normal como os outros. Em dado momento, ela escutou o filho dizer ao amiguinho, enquanto brincavam: “Você sabe o que é isso nas suas costas?” O pequeno aleijado, meio embaraçado, hesitou um pouco. O outro continuou: “É o lugar onde estão as suas asas. E um dia Deus vai abrir aí e você vai sair voando e ser anjo.”
A gente sabe que a criança é sempre, simples e sincera nas suas opiniões ou declarações. Jamais um adulto teria uma criatividade tão inusitada como a que teve aquela criança. Ela viu naquela aparente deformação um alvo de bênção e de vitória e pôde projetar, sonhar e visualizar que um dia qualquer, daquela “corcunda”, sairiam asas para o menino voar e virar anjo.
Quantas pessoas têm também a sua “corcunda”! Quantas pessoas têm as suas dificuldades, e até mesmo, um obstáculo físico, um negativismo de aparência e, talvez, nunca tenha visualizado algo de bom naquela circunstância.
Sim, cada pessoa sabe o que de fato carrega nas suas costas e a dificuldade que isso pode acarretar. Todavia, tudo pode ser mudado e o aparente fracasso pode se tornar vitória!
A Bíblia é extremamente positiva nessas considerações. Por exemplo, ela diz que “todas as coisas contribuem para o bem”. Aparentemente certas coisas na nossa vida parecem um fracasso, uma perda, mas, numa ótica diferente e sobrenatural, aquela situação servirá para burilar o nosso caráter e, como disse Austin Phelps, “é pela estrada de espinhos que se chega ao monte da visão”.
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(*) O autor é membro da Academia de Letras da Grande São Paulo.
