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Reajustes nas contas de luz e de água puxam aumento do custo de vida na RMSP

Aumento no etanol também impacta, em alta, o custo das famílias em maio; diferenças na inflação entre as classes segue alta

O custo de vida na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) voltou a acelerar em maio, como mostra a última pesquisa Custo de Vida por Classe Social (CVCS) da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). O avanço foi de 0,88% em relação a abril, quando a alta havia sido mais tímida (0,18%). Com o resultado, completa-se um ano de crescimento consecutivo do custo que as famílias da RMSP têm para viver, considerando que a última queda foi registrada em maio de 2020 (-0,46%).

No acumulado dos últimos 12 meses, a inflação atinge os 8,42%. Considerando apenas o ano de 2021, o custo de vida na RMSP está 3,19% inflacionado.

Em maio, o grupo que mais colaborou para o número geral foi o de Habitação, com aumento de 1,76% – impulsionado pelo reajuste nas contas de energia elétrica (5,75%) e de água e esgoto (4,56%), que pesaram no bolso dos consumidores ao mesmo tempo. Este aumento é significativo por dois motivos: primeiro, porque a habitação corresponde a um peso relevante no resultado geral do mês do custo de vida das famílias (0,3 ponto porcentual). Segundo, porque trata-se de um grupo com peso muito grande sobre o orçamento dos mais pobres, chegando a 23,5% de alta para a classe E, por exemplo.

É a mesma situação do grupo de Transportes, que corresponde a 0,16 ponto porcentual (p.p.) do 0,88 p.p. do custo de vida na RMSP e cujos preços aumentaram 0,77% em maio, influenciado mais uma vez pelo reajuste de um tipo de combustível – o etanol, que ficou 14,83% mais caro no mês. Em um cenário de mudanças constantes nos preços nas bombas, o grupo já acumula uma inflação de 15,23% nos últimos 12 meses. Esta taxa chega a 19,9% no caso da classe E. Segundo a FecomercioSP, a alta poderia ter sido maior não fosse a queda expressiva das passagens aéreas (-29,82%).

 

Classes mais baixas seguem mais atingidas

Como tem sido a tônica em meio à pandemia, o custo de vida na RMSP segue muito mais alto para aquelas frações mais baixas do que para as mais privilegiadas. Quem está atualmente na classe E; por exemplo, experimenta uma alta de 11,09% no acumulado dos últimos 12 meses, enquanto para a classe A, foi quase a metade disso: 6,72%. E se a classe D experimentou um aumento parecido nos preços no orçamento (11,04%); esta taxa cai à medida que se sobe entre os estratos: 8,86% para a classe C; e 6,85% para a classe B.

A inflação dos preços dos alimentos é a que expressa com mais vigor esta realidade; que foi muito maior para os estratos inferiores (15,36% para a classe E; e 15,02% para a D) em relação aos superiores (9,16% para a classe A; e 9,35% para a B), considerando a inflação acumulada de maio de 2020 para cá.

Os resultados apresentam, para a FecomercioSP; um cenário em que a pressão dos preços sobre as camadas mais pobres chega, agora; por meio de serviços administrados, como distribuições de energia elétrica e de água e esgoto; assim como o aumento dos combustíveis. É diferente do que vinha acontecendo no começo do ano; quando o custo de vida pesava mais no orçamento das frações inferiores, por causa da inflação dos alimentos e bebidas.

A Federação entende que as famílias devem manter os esforços em cortar gastos supérfluos; e evitar ao máximo o caminho da dívida ou da inadimplência, que agora será cobrada com juros ainda maiores. Para a Entidade, a inflação não vai dar trégua tão cedo, e, por isso mesmo, o momento é de total cautela com o orçamento familiar.

 

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