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Após recordes históricos de devastação da Amazônia, Brasil chega à Cúpula do Clima

Ubiratan Figueiredo

O presidente Jair Bolsonaro se reunirá, nesta semana, com as principais lideranças do mundo na Cúpula do Meio Ambiente promovida pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. O Brasil precisará assumir os erros e mostrar-se capaz de corrigir a condução da política de preservação do grande “pulmão do mundo”.

Como se a descrença nas palavras de Bolsonaro já não fosse o bastante, o país chega ao encontro mundial em meio a denúncias contra o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles; de que teria cometido os crimes de organização criminosa e advocacia administrativa ao proteger desmatadores ilegais na Floresta Amazônica. O ministro também é apontado como autor de desmontes em instituições; como o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

Nos primeiros anos do mandato de Bolsonaro, o país registrou dois dos maiores índices de incêndios florestais na última década, com 197,6 mil focos em 2019 e 222,8 mil focos (o mais alto do período) em 2020, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), e um aumento no desmatamento da Amazônia.

Apesar de o presidente brasileiro ter garantido a Joe Biden, em carta enviada à Casa Branca na semana passada; os compromissos de acabar com o desmatamento ilegal até 2030 e reduzir gradativamente as emissões de gases de efeito estufa, na sexta, 16; um grupo de 15 dos 100 senadores dos Estados Unidos assinou uma carta a Biden na qual afirma que o governo Bolsonaro “desdenhou publicamente a principal agência ambiental do Brasil e sabotou sua capacidade de fazer cumprir as leis ambientais do país”.

Enquanto há tempo, é necessário que o Brasil corrija a política ambiental; apresente provas mais concretas; e que seu representante seja mais ativo e participativo no que se refere a debates sobre as mudanças climáticas e crises ambientais.

Afinal, não dá para continuar negando os indicadores da devastação; ao rejeitar as previsões dos cientistas, caso não se revertida a atual escalada de intensiva ação extrativista. Esse é o momento decisivo para Bolsonaro; ou o país terá não só a sobrevivência de seu bioma ameaçado; como agravará a pressão diplomática e econômica sobre si.

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