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A Era da Hipocrisia

Mário Rosas Filho – Coronel Médico R1 do Exército Brasileiro e Infectologista

A Era da Hipocrisia
Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz...”
Hino da Proclamação de Republica
Letra: Medeiros e Albuquerque – Música: Maestro Leopoldo Miguez

Após os movimentos sociais que ocorreram em vários países do Mundo no ano de 1968, a
liberdade de expressão e a afirmação da verdade, como bens supremos da Humanidade,
pareciam estar salvaguardas nos corações e mentes da população e havia a expectativa do
respeito as mesmas pelos governos democraticamente eleitos. Mera ilusão, as décadas
seguintes viram explodir em todos os continentes inúmeras ditaduras fundamentadas na
dicotomia Capitalismo x Comunismo, ignorando totalmente o clamor e os legítimos interesses
das massas.

Em 1989 com a queda do Muro de Berlim, os ventos da Democracia foram alvissareiros, porém,
mais uma vez nos frustramos, com o desrespeito à vontade soberana do povo, sobretudo em
países das Américas Central e do Sul; da África e da Ásia, onde os regimes ditatoriais
prosperaram pela força das armas, da religião, do crime organizado e do populismo.

Após a suposta eliminação da “Ditadura do Proletariado” despontou uma das estratégias mais
perversas de atuação política que foi o mimetismo do Comunismo/ Socialismo em Progressismo,
pois, essa ideologia, apropriou-se de pautas sociais em sua maioria justas, distorceu seu cerne,
realimentando os velhos antagonismo propostos pelos comunistas, e criando novos focos de
tensão social, ou seja, ricos x pobres; brancos x negros; heterossexuais x homossexuais,
religiosos x ateus, entre outros. Além disso, o Progressismo tomou para si a questão ambiental,
apostando em um dos prováveis cenários para as próximas décadas, o aquecimento global.

Transformou também a cobiça imperialista dos países mais ricos da Terra, em uma proposta de
movimento mundial contra o Brasil visando “preservar” os brasileiros da etnia indígena; a fauna
e a flora da Amazônia, negligenciando os mais de vinte e três milhões de brasileiros que vivem
naquela Região, e fingindo ignorar as incontáveis riquezas minerais existentes em seu subsolo.

A partir de 2020 com o surgimento da Pandemia da Covid-19, as lideranças dos grandes
conglomerados de empresas transnacionais e os governos das maiores potências econômicas
do Planeta desnudaram a aliança entre o Progressismo e o Globalismo, uma espécie de “NeoTrotskismo”, visto que, tal qual propunha o antigo teórico comunista, também se opõe a toda
forma de Nacionalismo, inclusive com a insistente defesa de uma “Nova Ordem Mundial”,
centrada nas ações de políticos e burocratas, não necessariamente eleitos pelo povo, para
decidir sobre todos os aspectos da vida em sociedade, acima dos interesses socioeconômicos
de cada país ou das reinvindicações ou opiniões de cada cidadão.

Nesse ambiente “pestilento” os principais expoentes globais desses movimentos, viram uma
oportunidade de exercício de poder e ocupação massiva de espaço nas mídias. Em nome de um
bem maior, a Saúde Pública e utilizando uma das maiores forças que conduzem as massas, ou
seja, o medo, foram de modo gradual e contínuo cerceando as liberdades individuais. Aos
poucos, tudo vai ficando relativo, como querem os Progressistas: a ética; a moral; a sexualidade;
o direito de ir e vir; o culto religioso; a liberdade de opinião; etc.

A amplificação do terrorismo Progressista/ Globalista torna-se mais evidente, nos avanços e
recuos da Ciência e da Autoridades Governamentais e Sanitárias, que retiram de cada ser
humano a capacidade volitiva, a motivação, a esperança e a fé combustíveis da vida harmônica
em sociedade. Não se trata de negar a Pandemia e seus nefastos efeitos, afinal todos nós,
simples mortais, estamos padecendo de uma maneira ou de outra dos efeitos da infectividade e
morbimortalidade da Covid-19. Medidas preventivas e terapêuticas, tais como, uso de máscaras,
higiene adequada das mãos, isolamento social das populações mais suscetíveis e imunização
são inquestionáveis e fortemente recomendáveis. Porém o encarceramento indiscriminado das
populações; a censura à liberdade de expressão e a asfixia econômica, com as duras restrições
impostas aos setores produtivos, devem ser repudiadas veementemente.

O que se convencionou chamar de “novo normal”, infelizmente evoca tempos de autoritarismos,
já vivenciados pela humanidade, e de triste e sofrida recordação, em regimes de exceção ao
redor do Mundo. Parece que as pautas de 1968, foram esquecidas, vivemos a Era da Hipocrisia,
onde alguns personagens de expressão na sociedade, fingem praticar o bem, mas na verdade
implantam ou perpetuam o mal. A ambição pelo poder absoluto não tem limites, mas
instrumentalizado por todo o aparato digital e tecnológico do Século XXI tem um objetivo claro,
anular o “Espírito Humano” e assim ver criadas as condições propícias à implantação de suas
demandas distorcidas, diretrizes excludentes e determinações despóticas. Portanto, não
devemos esmorecer, mas seguir na luta incessante e corajosa pelo direito à vida, evocando
esses seculares versos: “Liberdade! Liberdade! Abre as asas sobre nós das lutas na tempestade
dá que ouçamos tua voz...”

Mário Rosas Filho – Coronel Médico R1 do Exército Brasileiro e Infectologista

E-mail: [email protected]

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