Mulher, negra e com perfil de alto risco para complicações provocadas pelo coronavírus, em primeiro lugar, não deixou de atuar nos hospitais da capital paulista para ajudar a salvar vidas.
Recomeço
Para Mônica, a campanha de imunização, acima de tudo, é uma oportunidade de recomeço para toda a população do Brasil.
Mônica
“Não é apenas uma vacina. É o recomeço de uma vida que pode ser justa, sem preconceitos e com garantia de que todos nós teremos as mesmas condições de viver dignamente, com saúde e bem-estar“, afirmou a enfermeira, que é obesa, hipertensa e diabética.
Além disso, em maio, quando a primeira onda da pandemia entrava na fase de pico em São Paulo, Mônica decidiu se inscrever para vagas de enfermagem com contrato por tempo determinado.
Vocação
No entanto, entre vários hospitais, escolheu trabalhar no Instituto de Infectologia Emílio Ribas mesmo sabendo que estaria no epicentro do combate ao coronavírus. Antes de mais nada, “A vocação falou mais alto“, afirmou.
Itaquera
Residente em Itaquera, na zona leste da capital, Mônica trabalha em turnos de 12 horas, em dias alternados, na UTI do Emílio Ribas, hospital de referência para casos graves de COVID-19.
O setor tem 60 leitos exclusivos para o atendimento a pacientes com coronavírus, com taxa de ocupação média de 90%.
Enfermeira
Mulher de muitos recomeços, depois disso, Mônica atuou como auxiliar de enfermagem durante 26 anos e decidiu fazer faculdade já numa fase mais madura, obtendo o diploma aos 47 anos.
“Quem cuida do outro tem que ter determinação e não pode ter medo. É lógico que eu tenho me cuidado muito na pandemia toda. Preciso estar saudável para poder me dedicar. Quem tem um dom de cuidar do outro sabe sentir a dor do outro e jamais o abandona,” disse.
Viúva, ela mora com o filho, de 30 anos, e cuida da mãe, que aos 72 anos vive sozinha em outra casa.
Cuidados
Por isso, Mônica é minuciosa nos cuidados de higiene e distanciamento tanto no trabalho quanto em casa – até agora, nenhum dos três foi contaminado pelo coronavírus.
Internado
Apesar disso, Mônica viu a COVID-19 afetar sua família quando o irmão caçula, que é auxiliar de enfermagem e tem 44 anos, ficou internado por 20 dias devido à doença.
Apesar da rotina intensa, a enfermeira mantém o otimismo e o equilíbrio emocional.
Timão
Torcedora do Corinthians, Mônica aproveita as folgas no hospital para assistir aos jogos do clube de coração.
Da mesma forma, ela também é fã de de séries de TV e das canções de Seu Jorge, artista favorito da enfermeira.
Fé
Entretanto, Mônica se apoia na fé para manter a confiança e faz orações diariamente por si própria, familiares, colegas do trabalho e, principalmente, pelos pacientes.
Em outras palavras, “Eu tenho sempre em mente que não posso me abater porque os pacientes precisam de mim. Tenho sempre uma palavra de positividade e de que vamos sair dessa situação. O que também me ajuda é o prazer que sinto com o meu trabalho“, concluiu.
Primeira vacinadora
Portanto, aprimeira vacinadora do Brasil também é mulher e enfermeira. Jéssica Pires de Camargo, 30, atua na Coordenadoria de Controle de Doenças e mestre em Saúde Coletiva pela Santa Casa de São Paulo.
Com histórico de atuação em clínicas de vacinação e unidades de Vigilância em Saúde, Jéssica já certamente, aplicou milhares de doses em campanhas do SUS contra febre amarela, gripe, sarampo e outras doenças.
Para Jéssica, o início da vacinação contra a COVID-19 é por exemplo, um marco histórico na própria carreira e, sobretudo, para o Brasil.
Em conclusão, “Não esperava ser a pessoa a aplicar esta primeira dose. Isto me enche de orgulho e esperança de que mais pessoas sejam protegidas da COVID-19 e que outros colegas de profissão possam sentir a mesma satisfação que sinto ao fazer parte disso. São mais de 52 mil profissionais de saúde mobilizados nesta campanha e cada um deve receber o devido reconhecimento“, afirmou Jéssica.