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Indústria do ABC reage em meio à queda histórica do PIB

Após ficar 61% ocioso, parque local já trabalha com 52% da capacidade 

Depois de submergir com a pandemia de Covid-19 decretada em março, a indústria do ABC paulista reage lentamente, segundo o indicador de julho. Em escala de 0 a 100, a produção do setor industrial da região marcou 50 pontos em julho (índice de equilíbrio), após afundar para 20 pontos em abril e 21 pontos em maio (quanto mais próximo de zero, pior é o cenário).

A utilização da capacidade instalada ficou em 52%, ou 11 pontos percentuais abaixo de julho de 2019. No auge da pandemia, em abril, o uso da capacidade instalada pela indústria do Grande ABC foi de apenas 39%, isto é, o parque local ficou 61% ocioso. A intenção de investimentos, que se reduziu a apenas 21,4 pontos em março, subiu para 42,3 pontos em julho.

Sondagem Industrial (SI)

Os números integram o recorte regional da Sondagem Industrial (SI) e o Índice de Confiança Industrial (ICEI) elaborados pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp). O levantamento sobre o ABC, denominado IndústriABC, está na 14ª edição e é realizado pelo Observatório Econômico da Universidade Metodista de São Paulo.

O cenário ainda é de retração em muitos indicadores. O ICEI (Índice de Confiança) caiu em julho para 45,5 pontos entre gestores industriais da região, contra 55,7 pontos do último levantamento, em novembro de 2019. A queda reflete as baixas expectativas sobre a economia brasileira (51,9 pontos, para 56,7 em novembro) e também em relação às empresas (57,7 pontos em julho, para 58,3 anteriores).

Com relação ao número de empregados, a Sondagem Industrial continuou apontando cenário negativo. Entre janeiro e junho deste ano a indústria de transformação perdeu 8.142 postos formais de trabalho no Grande ABC, bastante acima da redução de 1.068 postos no primeiro semestre de 2019, ano em que o setor fechou com saldo negativo de 4.900 postos formais (com carteira assinada). Considerando todos os setores da economia, o Grande ABC perdeu 31.450 postos formais de trabalho neste ano, quase o triplo do saldo positivo de empregos gerados no biênio 2018/19, de 11.841.

Queda histórica do PIB 

A pesquisa de Sondagem Industrial revela que o ABC é mais lento na retomada da atividade econômica em relação ao restante do País. Em julho, o grau de utilização da capacidade instalada pela indústria brasileira foi de 67%, aproximando-se dos índices observados entre o segundo semestre do ano passado e o início da pandemia. Abril registrou o menor grau de utilização do potencial produtivo nacional, com apenas 49%. O ICEI do Brasil apontou 47,6 pontos em julho, acima do ABC.

“Possivelmente a composição da indústria local, o grau de dependência em relação à importação de insumos e a elevação do custo, além das dificuldades para importação desses itens, podem ajudar a explicar esse comportamento”, afirma professor Sandro Maskio, coordenador de estudos do Observatório Econômico da Metodista, referindo-se à forte base local de indústria de transformação, que apresentou no Brasil retração de 10,7% no 1º semestre de 2020, maior do que a queda geral do PIB industrial em geral, que foi de 6,5% e a pior desde 1996. O ABC é fortemente dependente da indústria automotiva, que teve queda de 42,1% de janeiro a julho deste ano, segundo o IBGE.

Para professor Maskio, a melhora no volume de investimentos efetivos ainda demandará tempo, cuja extensão dependerá do ritmo de retomada da atividade econômica setorial.

Veja a íntegra do 14º Boletim IndústriABC em 

https://bit.ly/2FHtpxj 

Obs. Prof. Sandro Maskio estará à disposição para mais informações no cel (11) 99736-3207 a partir das 13h.

Indicador de Confiança da Indústria – jul/2020 

 

 

 

 

  

Brasil 

Sudeste 

GABC 

ICEI 

47,6

46,8

45,5

Indicador de Condições 

34,5

33,2

25,0

Indicador de Expectativas 

54,1

53,6

55,8

Condições da Economia 

27,9

25,9

21,2

Condições da Empresa 

37,8

36,8

26,9

Expectativas da Economia Brasileira 

48,5

47,5

51,9

Expectativas da Empresa 

57

56,6

57,7

 

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