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Lotação do fim do mundo

Editorial - 30/06/2020

Tendo de sair da toca para suprir necessidades básicas, nosso chargista Juarez
verificou, em Santo André, a passagem de ônibus lotados pelas ruas, contrariando as
medidas recomendadas para evitar aglomerações em meio à pandemia.
Seriam insensatos suicidas? Sem chance: a necessidade é que faz o sapo pular,
descartados os insanos que julgam-se “imortais”. Para quem tem recursos, o truísmo
“Fique em Casa” é de fácil proposição.
Para a maioria dependente do dia-a-dia para sobreviver o buraco é mais em baixo.
Entende, mais por instinto que por conhecimento, estar ante ameaças mortais. E não
contam com orientações permanentes de reação pelos atores dos órgãos públicos.
Uns tratam de minimizar a letalidade da pandemia, reduzindo-a a “resfriadinho”.

Outros, assombrados com o número de mortes, partem para ameaças, ambos sem ao
menos saberem do que estão falando. O vírus é ainda um desconhecido…
O caso é que nem mesmo o estardalhaço da mídia sensacionalista e terrífica
consegue conter a força de instintos primitivos, como o de buscar sobreviver mesmo
nas circunstâncias mais perigosas.
A população não falhou. Apenas cede a necessidades inadiáveis. Falharam e falham
os mandatários preocupados com a credibilidade declinante devido ao próprio descaso
e incompetência, mas, posando de “salvadores da pátria”.
E o “ônibus do fim do mundo” segue sua trajetória fatal…

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