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Zoológico de São Bernardo recebe uma das maiores apreensões de animais para reabilitação do ano

Ao todo, 29 saguis-de-tufo-branco e três araras-canindé foram resgatadas na região e encaminhadas para o zoo, considerado referência no cuidado e readaptação de fauna

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Fechado ao público devido às medidas de isolamento social, o Zoológico Municipal de São Bernardo, localizado dentro do Parque Estoril, montou uma operação de guerra, com presença de 100% de sua equipe, para aguardar a chegada do maior grupo de animais enviados ao local para trabalho de reabilitação neste ano: 29 saguis-de-tufo-branco e três araras-canindé. De acordo com,  os animais são fruto do resgate feito na região do Grande ABC, após denúncia anônima.

Fotos: Divulgação/PMSBC
Fotos: Divulgação/PMSBC

Além disso, ao chegarem ao local usado para o cativeiro, a mulher que mantinha esses exemplares silvestres estava em regime de prisão assistida, usando tornozeleira eletrônica, respondendo por uma pena de 22 anos pelo mesmo tipo de prática ilícita: comércio irregular de animais. A criminosa foi encaminhada para delegacia e os animais enviados para o zoológico são-bernardense para acolhimento.

MISSÃO DESAFIADORA

Acostumados a receberem a fauna típica da Mata Atlântica, os colaboradores do Zoo dedicam também atenção àqueles pertencentes a outros biomas, caso desses 30 saguis que são nativos da caatinga do Nordeste brasileiro. Já as araras são naturais da costa Atlântica.

Trazidos em gaiolas, os animais foram preparados para uma minuciosa análise dos veterinários e biólogos, com aferição de temperatura, peso, condições físicas e metabólicas. Ainda mais, os saguis se encontram com dois a três meses de vida, tendo de 80g a 145g. Quanto às araras, estão mais apáticas, diante da alimentação em excesso que foi administrada no período de cativeiro e, de tão novas, duas delas encontram-se ainda sem penugem.

De acordo com Marcelo da Silva Gomes, veterinário do Zoo, é possível que todos possam ser recuperados e colocados na natureza novamente. “Serão de dois a três meses de dedicação a esses pequenos animais, pois alguns apresentam problemas de digestão, outros estão alimentados em excesso, caso das araras, e todos com alimentação fora da dieta comum para eles, quando em seu habitat natural. Há, ainda, o fator psicológico que impacta muito na recuperação, devido ao alto estresse que a rotina de cativeiro trouxe”, detalhou.

EFEITOS DA QUARENTENA 

 Durante o período de isolamento social, o Zoológico de São Bernardo teve o volume de animais recebidos diminuído, diante da redução da atividade humana. Porém, houve aumento no registro de atendimentos de animais feridos por linhas com cerol, comumente usadas em pipas. “Além de trazer risco de acidentes graves às pessoas, linhas com cerol se tornaram o vilão da vez contra a fauna, pois temos recebido pássaros e animais de pequeno porte, inclusive silvestres, com cortes profundos”, lamentou.

SANTUÁRIO DA NATUREZA 

Primeiramente, o Zoológico Municipal de São Bernardo encontra-se fechado durante a pandemia. O local conta com mais de 700 exemplares, de 75 espécies diferentes da Mata Atlântica, acolhidos nos mais de 373 mil metros quadrados de área livre. O Zoo é certificado pelo IBAMA e está localizado dentro do Parque Estoril, junto à Rua Portugal, nº 1.100, no Riacho Grande.

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