AtualidadesHomeSão Bernardo do Campo

Telecardiologia para pacientes com doenças cardiovasculares

Objetivo é diminuir a distância, esclarecendo dúvidas e facilitando o acesso

CELSO M. RODRIGUES

O isolamento social e a condição de emergência na saúde pública, devido ao Covid-19 (Coronavírus), têm afastado muitas pessoas de consultas na prevenção de problemas crônicos de saúde, principalmente, as doenças cardiovasculares, por medo da pandemia.

A SBC (Sociedade Brasileira de Cardiologia), pensando nessa população e em tentar resolver esse problema sem prejudicar a quarentena, lançou, no último sábado (11), o Programa de Telecardiologia. A plataforma virtual de telemedicina da entidade, em parceria com a Conexa Saúde, vai diminuir a distância, esclarecendo dúvidas e facilitando o acesso entre médico e paciente portador dessas doenças. O objetivo é, também, democratizar o acesso à saúde e auxiliar os portadores de comorbidades ligadas às doenças cardiovasculares, que têm letalidade de até 10,5% quando contraída a infecção por Sars-Cov-2, e a buscar orientações e atendimentos adequados.

De acordo com dados da SBHCI (Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista) na primeira semana deste mês, em relação ao mesmo período de 2019, houve queda de 70% nos atendimentos a pacientes por infarto agudo do miocárdio e, números do Incor-FMUSP (Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo) apontam que em março houve queda de 50% no número de pacientes submetidos à angioplastia primária quando comparado com o mesmo mês em 2019.

Titular de cardiologia da Faculdade de Medicina do ABC

Segundo o cardiologista Dr. Antonio Carlos Palandri Chagas, professor titular de cardiologia da Faculdade de Medicina do ABC e ex-presidente da SBC e diretor científico da Associação Médica Brasileira, o medo do contágio pelo Covid-19 está afugentando quem precisa de atendimento nessa especialidade. “Em São Paulo, por exemplo, tivemos a diminuição na procura por guias de internação por cateterismo cardíaco, o que levou a SBC a refletir e, indiscutivelmente, estava havendo fuga por medo do Covid-19 dessas pessoas, que preferiam ficar em casa e acabou-se tendo um problema maior”, lamenta.

Dr. Chagas explicou como funciona. “A SBC criou, portanto, um serviço para o período da pandemia, com médicos voluntários, onde os cardiologistas num sistema on-line atende as pessoas e identifica os principais sinais graves, e o cardiologista voluntário passa as informações e, devido à orientação, se precisar procura o hospital”.

Além disso, o professor finaliza dizendo que “não há qualquer interesse em se lotar as unidades, uma vez que temos que dar prioridade aos pacientes do Covid-19, mas as doenças cardiovasculares são tão ou mais letais quanto o Coronavírus”.

Mostrar Mais

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo