Trabalhadores almoçam na laje da obra de escola em São Caetano do Sul

CELSO M. RODRIGUES

Em meio ao caos econômico e de desenvolvimento que a pandemia do Covid-19 (Coronavírus) tem causado reduzindo as atividades de instituições financeiras, do comércio, indústria, escolas e outros setores, com restrição de circulação de veículos e isolamento social, profissionais de alguns segmentos essenciais precisam e devem continuar trabalhando, como serviços de alimentação por delivery, áreas da saúde, como farmácias, hospitais, prontos-socorros, agentes de segurança e obras da construção civil.

OBRA

Dentro deste cenário, portanto, o REPÓRTER recebeu imagem de denúncia, dia 09, de trabalhadores da construção civil, em obra de escola que está sendo erguida na avenida Goiás, onde era a Praça Luiz Olinto Tortorello, de responsabilidade da Prefeitura de São Caetano, em seu horário de almoço e, pasmem, esses profissionais estavam sustentando seus pratos nas mãos sem nenhum tipo de higiene ou local adequado para alimentação, e o que é pior, em época de pandemia do Covid-19 sem respeitar o distanciamento de, pelo menos, um metro e meio ou dois metros entre as pessoas e sem usar luvas.

LEGISLATIVO

O vereador César Oliva (PSD) viu o caso como oportunidade de mostrar serviço em ano de eleição. “A Prefeitura tem que dar exemplo, manda fechar comércio de rua e não dar isenção fiscal é muito fácil, difícil é dar exemplo. Essa atitude mostra que a política está acima de qualquer coisa, a Prefeitura entregar obras antes da eleição, e não suspender, pelo menos, na quarentena. Sendo assim, é o momento da Prefeitura não pensar em entregar obras antes da eleição, pensar na saúde dos funcionários e deixar o que é essencial funcionando. É claro que é importante entregar a escola, mas saúde acima de tudo”.

SINDICATO

Presidente do Sindicato da Construção Civil e Mobiliário de São Caetano, Edison Bernardes, teve ciência do fato ontem e terá que colocar sua equipe nas ruas. “Recebi esta denúncia hoje – ontem –, tivemos outras denúncias. É lamentável, primeiro porque é obra pública e a Prefeitura fazendo tantas restrições e obras em que ela é responsável tem que fazer essa cobrança das empresas. O setor de construção civil, portanto, foi decretado como essencial, eu discordo disso, não são todas as obras que são essenciais, foi um erro. Amanhã estaremos em todas as obras listando todos os problemas e encaminharemos ofício à Prefeitura via eletrônico cobrando providências do Prefeito, que tem feito o trabalho que tem que ser feito, de isolamento social, mas as obras públicas da Prefeitura não estão com a mesma firmeza para exigir o cumprimento das normas exigidas pelo Ministério da Saúde”, lamentou o presidente.

RESPONSÁVEL

A Prefeitura foi procurada pelo REPÓRTER e emitiu nota conforme segue: “De acordo com o decreto estadual, a construção civil é considerada um serviço essencial, portanto tem permissão para se manter na ativa durante este período de recesso. Dito isso, a Seohab (Secretaria de Obras e Habitação) informa que os funcionários que trabalham neste unidade, na construção de uma escola infantil na Praça Luiz Olinto Tortorello, no Bairro Santo Antônio, contam com todos os equipamentos de proteção citados, além de serem instruídos para utilizarem-nos em toda a atividade. Por fim, a Seohab informa, também, que notificou a empresa que faz a terceirização pedindo para orientar os funcionários a utilizarem os equipamentos no horário de almoço”.

Guarda Municipal

Na semana passada, o REPÓRTER publicou com exclusividade denúncia sobre a falta de apoio para a Guarda Municipal de São Caetano. O prefeito cassado José Auricchio Jr – PSDB, não entrega nenhuma proteção (máscaras, álcool gel e luvas) para a CGM ir às ruas para fazer suas tarefas.