Festival Primavera Psicodélica agita o Sesc Santo André entre setembro e outubro
Renascimento, renovação e ressurreição.
A Primavera, estação do ano que se segue ao Inverno e precede o Verão, é também associada ao reflorescimento da flora terrestre.
O eixo da Terra aumenta sua inclinação em relação ao Sol, a duração da luz do dia aumenta, as geadas começam a derreter e as temperaturas se elevam.
A chegada da cultura psicodélica na música, em meados dos anos 60, funcionou como a Primavera da cultura pop. No Brasil, seguindo os mandamentos antropofágicos de Oswald de Andrade,
deglutimos os corações solitários do Sargento Pimenta, digerimos e regurgitamos a Tropicália – devolvendo ao mundo o nosso pioneiro manifesto musical psicodélico.
Havia uma produção musical à margem dos grandes sucessos comerciais, que ousava ser experimental e rompia com os padrões estéticos a partir de encontros entre diferentes regionalidades e estilos, inserindo a psicodelia na cultura brasileira em plena era da ditadura militar.
É assim que o Sesc Santo André celebra essas coloridas manifestações no festival Primavera Psicodélica, durante os meses de setembro e outubro.
O projeto traz shows de grupos nacionais que lançaram álbuns psicodélicos nas décadas de 70 e 80, além de encontros com pesquisadores e artistas para tratar de temas como musicalidade e psicodelia,
fruição musical e o contexto social e político que marcou esse período de produção experimental da música brasileira.
A Primavera Psicodélica no Sesc Santo André tem início sexta-feira, com a banda Som Imaginário.
Formada nos anos 70, a banda tinha como padrinho Milton Nascimento e registrou duas noites do show Milagre dos Peixes, que deram origem ao LP duplo.
No Teatro do Sesc Santo André, a banda toca o repertório desse marcante disco lançado em 1973.
SERVIÇO
Som Imaginário sobe ao palco dia 27, às 21h., no Sesc Santo André, rua Tamarutaca, 302. Informações: 4469-1311.