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Santo André lembra que a dengue não tem época e convoca a população

Em fevereiro a Prefeitura de Santo André promovei ampla campanha de combate à dengue. Teve até, em 13 de fevereiro, o Dia D de mobilização contra o Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika, chikungunya e febre amarela. Mas o mosquito não se prolifera apenas naquele época do ano. Aliás, não tem época. O período chuvoso cessou em boa parte do País e o clima está mais frio.

Inverno também tem a doença

Estamos no inverno, mas, apesar de este cenário ajudar a diminuir a proliferação do Aedes aegypti, a população não pode descuidar do quintal de casa, do ambiente de trabalho e de todo e qualquer lugar propício para o desenvolvimento do mosquito. Em Santo André, cada cidadão deve ser um soldado no combate à possibilidade da doença. Devemos ser 720 mil agentes nas ruas travando esse bom combate.

É preciso ficar claro para cada morador da cidade que mesmo durante o inverno as ações de combate por parte do Ministério da Saúde e dos governos estaduais e municipais continuam. E os andreense não podem deixar de somar nesse trabalho. Isso tem gerado resultado: antes mesmo de junho, já houve redução no número de casos de dengue. O que é novidade, se levarmos em consideração o histórico de picos da doença. Mas a luta não para.

No outono e no inverno, o surto de dengue não é comum. Entretanto, a doença é uma ameaça o ano inteiro e uma trégua ao Aedes pode significar uma epidemia quando as temperaturas voltarem a subir. Associar a dengue ao verão é um equívoco. O frio diminui sim a proliferação, mas esse período tem que ser visto como uma oportunidade de estar à frente na guerra contra o mosquito.

Infelizmente, além da dengue, doença mais conhecida pelos brasileiros, o mosquito Aedes Aegypti tem preocupado também por transmitir outras três doenças: Zika, Chikungunya e febre amarela. As quatro doenças virais, a depender da gravidade, podem matar quem é infectado. Por isso, a Secretaria da Saúde de Santo André faz campanhas constantes no sentido de alertar as pessoas de que cada um precisa fazer o seu papel na luta contra o vetor. A nova chamada é para que isso ocorra o ano inteiro, independente do clima.

É preciso conhecer todo o ciclo

Para entender melhor, é preciso conhecer um pouco sobre o ciclo de vida do mosquito transmissor. As fêmeas do Aedes se reproduzem em água parada. Elas depositam os ovos em diferentes criadouros para garantir a dispersão da espécie. Se a fêmea do mosquito já estiver infectado pelo vírus da dengue, zika, chikungunya ou febre amarela, as larvas podem nascer com o vírus.

O mosquito se adaptou ao ambiente urbano. Então ao longo de todo o ano, independente da época, nós damos condições para que ele se prolifere. A fêmea deposita os ovos e eles podem ficar até mais de um ano viáveis para depois eclodirem em contato com a água. Eles se tornam larvas e depois insetos.
Esse alerta feito em Santo André é para todo o território brasileiro, mesmo com toda a diversidade climática no País.

Se todos se conscientizarem dos riscos causados pelo mosquito nos 12 meses do ano e se mobilizarem, eliminar esse inimigo vai ficar bem mais fácil. A palavra é luta, mas a tarefa é mais simples do que se imagina: separar minutos do dia para acabar com qualquer recipiente que possa acumular água parada (limpa ou suja).

Os mais comuns são vasos de planta, calhas, garrafas, pneus e brinquedos. E o ponto extra nesse jogo é tentar descobrir locais improváveis usados pelo mosquito para colocar seus ovos, como grades mais espessas dos portões de casa, aquele recipiente que fica atrás da geladeira e até o porta escova de dente.

Inseticidas e repelentes são aliados

Outra observação é que inseticidas e repelentes continuam sendo aliados. Eles podem e devem ser usados mesmo quando o mosquito não aparece tão facilmente.

Com auxílio da Sala Nacional de Coordenação e Controle (SNCC) do Ministério da Saúde, 1.620 salas municipais e 27 salas estaduais de controle ao Aedes aegypti funcionam o ano todo. Juntas, elas organizam e coordenam estratégias de combate ao mosquito. O exército é grande, mas é preciso conhecer mais o inimigo e aderir à vigilância continuada.

Sintomas das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti

Para que a população de Santo André entenda os sintomas provocados pelas doenças transmitidas pelo mosquito, preparamos breves explicações a seguir:

Dengue

Febre, dores musculares por todo o corpo e sensação de prostração.

Chikungunya

Febre alta (geralmente maior que 38ºC), dores e edemas nas articulações.

Febre amarela

Febre, dores musculares em todo o corpo, principalmente nas costas, dor de cabeça,perda de apetite, náuseas e vômito, olhos, face ou língua avermelhada, fadiga e fraqueza.

Zika vírus

Febre baixa ou ausência de febre, manchas pelo corpo, dores nas articulações, edemas (inchaço) nas articulações, principalmente mãos, e coceira um ou dois dias após início dos primeiros sintomas. Ainda pode aparecer vermelhidão nos olhos, sem coceira ou ardor.

Perguntas e respostas tiram as dúvidas sobre o aedes aegypti, a dengue e demais implicações

A população ainda tem muitas dúvidas sobre as doenças provocadas pelo aedes aegypti, como dengue, zika e chikungunya. Por isso, agentes da Prefeitura de Santo André, que comandam as ações junto à sociedade para o esclarecimento dos problemas, como se vê nas fotos estampadas nesta página, responderam a algumas perguntas formuladas pela reportagem, a fim de dirimir todas essas dúvidas.

Confira a seguir cada pergunta e resposta:

dengue1- A transmissão da dengue acontece de que maneira?

Devemos deixar bem claro que a transmissão dá-se pela picada do mosquito Aedes aegypti.

2 – E a transmissão é feita pela fêmea?

Claro. A fêmea do mosquito, quando está infectada pela dengue, ela transmite. Depois de picar uma pessoa que está contaminada pela dengue, o mosquito acaba se infectando, e, transcorrido um período que vai entre oito e 12 dias, ela já se encontra apta a transmitir a doença para outras pessoas, também por meio de picadas, e isso multiplica-se com extrema facilidade, o que é uma ameaça.

3 – Os sintomas principais, quais são?

Bem, podemos citar a febre intensa, dores fortes nos olhos, musculatura e juntas, dor de cabeça e erupções na pele. Em sua forma hemorrágica, a dengue acomete pele, os tecidos subcutâneos e trato intestinal, podendo levar até a óbito.

4 – O que se deve fazer diante da suspeita?

Procurar urgentememente atendimento médico. No serviço de saúde da cidade, profissionais estão aptos a identificar a doença e iniciar o tratamento.

5 – O diagnóstico é feito como?

Exames clínicos e laboratoriais, hematócrito, contagem de plaquetas e dosagem de albumina. Na ocorrência de epidemias, a maior parte dos casos é diagnosticada por critérios clínicos.

6 – Quem apresentar sintomas de dengue deve tomar qual atitude?

Dirigir-se ao serviço de saúde mais perto de casa, ingerir bastante líquido e repousar. Pode ser água, sucos, soro caseiro ou água de côco. Voltar ao serviço de saúde para ser reavaliado.

7 – Para para combater ou prevenir a doença existe algum medicamento específico?

Remédios para combater o vírus ou prevenir que a pessoa adoeça não existem.

8 – O combate ao mosquito pode ser feito com a utilização de velas de citronela ou andiroba, como se comenta popularmente? São eficazes e ajudam na luta contra o aedes aegypti?

De forma nenhuma, pois esses recursos têm efeito temporário e indeterminado, o que pode complicar ainda mais, no lugar de ajudar na luta.

9 – Existe alguma diferença que permita às pessoas diferenciar a picada do aedes aegypti da picada de um mosquito comum?

Olha, é impossível estabelecer uma diferença. Afinal de contas, a sensação de eventual coceira que apareça, ou ainda o incômodo apresentado é igual ao da picada de qualquer outro mosquito.

10 – Há quem acredite que colocar a borra do café na água das plantas, nos vasos, pode ajudar a combater o mosquito. Isso tem alguma explicação científica que justifique a crença?

Olha, a questão é importante e merece ser colocada a resposta com um não enfático. Isso porque vários estudos comprovaram que a água suja de borra de café contribui para desenvolver a larva do mosquito. O correto, mesmo, nessa ação, é eliminar qualquer água que estiver parada.

11 – Como as doenças são mais observadas no verão, época de chuvas, é correto acreditar que no inverno o mosquito torna-se inofensivo?

A dengue não tem estação do ano, não tem época. Por isso, não é verdade isso. Durante o frio, a larva entra no estado de hibernação e quando as chuvas e as altas temperaturas voltam, as larvas eclodem e há a contaminação novamente.

dengue12 – O voo do aedes aegypti se dá acima de 1,5 m?

Com certeza os mosquitos preferem colocar os ovos em alturas de até 1,5m, mas se precisam buscar alimentos e parceiros para a cópula, podem ser encontrados em locais mais altos. A prova é que não é difícil encontrar criadouros em caixas d’água e calhas.

13 – Aedes aegypti morre no ar-condicionado?

É mito. Ambientes frios diminuem a sua atividade, fazendo eles voarem menos e, consequentemente, picar menos. Apesar disso, a temperatura de um ambiente climatizado por um ar-condicionado dificilmente será suficiente para matar o aedes aegypti.

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