Alguns fatos são permanentes, desde os primeiros registros da História. Não por acaso, somos os únicos animais na Natureza que, desde as mais remotas origens, carece de leis, polícia, tribunais, cadeia. Hamurabi (século XVIII a.C.) que o diga…
Num dos mais antigos documento escrito, lemos em Gênesis 25: 29-34 o icônico caso do prato de lentilhas, no qual Esaú cedera a Jacó sua progenitura em troca duma “boquinha”. Enfim, por aí vai, passando pelas trinta moedas de Judas e infinitos casos de “dá cá, toma lá”.
Os dois fatores determinantes da equação permanecem os mesmos: poder e dinheiro e vice-versa, contrapostos ao princípio bíblico de sermos todos iguais, filhos surgidos à imagem e semelhança do mesmo Deus. À arrogância humana somente se lhe equipara a criatividade em tentar enfeitar o pavão, ambas atávicas.
Os fatos descobertos pela Operação Lava Jato – de relevo mundial – somente confirmam as premissas anteriores. A corrupção sistêmica, endêmica, epidêmica, ampla, geral e irrestrita que nos assola existe desde nossas origens.
O que eclodiu não foi apenas a qualidade, mas especialmente a quantidade dos crimes. Daí a resistência feroz, mesmo histérica, dos neles involucrados.
Atacam insidiosa e perfidamente polícia, promotores, juízes e qualquer um que os denuncie e condene. Não há meio termo: ou se está contra, ou a favor do crime e criminosos. O resto, são firulas!
