
“Nós passamos, em relação ao idoso, de uma situação dramática para uma situação de tragédia anunciada. Não quero exagerar. Digo pelo seguinte: hoje não há uma previsão para o número crescente de idosos que tem no Brasil. Não se ouve falar em políticas públicas em relação ao idoso, não temos conhecimento, o número de idosos cresce a cada dia; a pirâmide não é mais pirâmide, como quando o Brasil era o País dos jovens; que tinha na base os jovens, e hoje não.
Num asilo em que eu fui, a coordenadora disse: ‘Seo bispo, fale para os padres dizerem nas missas para os parentes não fazerem o que fazem com os idosos, pois eles vêm aqui, deixam o idoso, dão endereço falso, e depois nós precisamos contato e não encontramos ninguém, praticamente isso se configura um abandono do idoso. Os planos de saúde não querem aceitar mais idosos, é um drama para conseguir encaixar um idoso, e por aí vai. Hospitais, por exemplo. A questão do idoso deve começar a despertar na sociedade uma preocupação e busca de soluções; porque todos somos candidatos a ser idoso.”
Afinal, a declaração foi um dos pontos marcantes da entrevista que Dom Pedro Carlos Cipollini, bispo diocesano de Santo André, responsável pelas sete cidades do ABC, concedeu no estúdio da TV Grande ABC, para o Programa 30 Minutos.
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