Os incomodados
Sempre que ouvirmos um “político” afirmar, solene: “- Manifestações públicas são democráticas, MAS…” – é conveniente buscar as razões pelo uso da adversativa. Esse tentar botar cisco no olho popular revela índole, intenções e razões inconfessáveis.
Em qualquer República democrática eleitos não são divindades. São funcionários públicos temporários contratados pelo voto e pagos com nossos impostos; para cumprirem tarefas específicas a eles atribuídas pelo eleitorado. Nada mais, nada menos.
Afinal, a capacidade cívica de indignar-se com desmandos e falcatruas opõe-se de maneira ostensiva às credulices, fantasias e idolatrias populares tão alabadas por estelionatários eleitoreiros, que delas fazem uso para locupletarem-se.
Dizem, as ruas, só existirem malandros onde há otários… O fato do eleitorado alçar ao poder os “171” contumazes ou neófitos não só confirma a tese, como ratifica a regra.
Enfim, no caso da bronca popular ante castas predadoras, é clássica a declaração hipócrita a favor da democracia pelos incomodados, temerosos de perderem suas “boquinhas” ou, no que mais temem, pagarem pau na Justiça e darem com os costados na cadeia.
Parafraseando a máxima de Ulisses Guimarães, “políticos” só temem o povo nas ruas, mesmo. Dá-se também com os timoratos que preferem coleiras a alterar significativamente o “status quo” e perderem privilégios e benesses. Quem não deve, não teme.