Artigo

O que se espera…

Juliana Teixeira

Fatalidades acontecem e, muitas vezes, pessoas adquirem uma deficiência. O processo de adaptação não é nada fácil, sendo necessário aprender e reaprender desde as tarefas mais simples do cotidiano a encarar a vida de outra forma. Posso garantir que força de vontade e determinação são imprescindíveis para seguir adiante.

O apoio, o respeito e a solidariedade da família e dos amigos são de suma importância e bem-vindos. Entretanto, familiares e sociedade ainda são dissonantes na maneira de tratar tais pessoas, pois não distinguem assistência de superproteção ou auxílio de compaixão; assim, acabam por tolher e limitar o indivíduo mais do que a sua própria limitação.

Lamentos e consternações são as últimas coisas que o envolvido espera, por serem altamente prejudiciais à sua auto-estima; se ele sucumbir a essa reação, acabará por acreditar que de fato é incapaz, inválido e inferior. Há diversas situações em que pessoas com deficiência são vistas como pedintes; um amigo meu, cadeirante, que aguardava seu pai na porta de uma lanchonete, teve uma esfiha jogada em seu colo por uma mulher que saía do estabelecimento!

Francamente, quem deu vexame? Gafes como essas até são compreensíveis na medida em que trata-se de uma questão cultural. Mas a pergunta é: até quando as pessoas vão viver na ignorância? O processo de inclusão social é bilateral, assim como uma via de mão dupla. É essencial que todos se engajem, para que a conversão seja finalmente efetivada.

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