E outra observação bem importante, que faço questão de frisar, olhar para as causas do crime e traçar estratégias para combatê-las não afeta minha conduta profissional, é preciso separar as coisas.
É como ser humano e como estudiosa do Direito que vi entrar no meu radar essa discussão mesmo porque deixar de enfrentar o problema no seu nascedouro significa tornar o problema cada vez maior e mais traumático.
Nessa semana, o portal UOL noticiou os estudos que vêm sendo realizados por James Heckman; vencedor do prêmio Nobel de Economia, sobre a primeira infância (0-5 anos), sua relação com a desigualdade social; e o potencial para mudanças capazes de retirar as pessoas da pobreza.
Ao concluir que “o investimento na primeira infância é uma estratégia eficaz para o crescimento econômico”; o estudo também revelou que o acesso a uma boa educação infantil; ainda que não resultasse um aumento significativo do QI; promoveria a melhora das habilidades sociais e emocionais; e possibilitaria a essas crianças desfavorecidas chances reais de obter sucesso na escola e na vida; além de aumentar consideravelmente a probabilidade dessas crianças, no futuro, estarem empregadas e não cometerem crimes.
Não é o caso de abandonar as políticas de segurança atuais mas, mais do que nunca; é preciso enfrentar com seriedade as causas da criminalidade ou nosso futuro será sombrio.