Caoa vai montar caminhões na Ford, mas assunto continua sob total sigilo

“Cada dia com sua alegria”, respondeu na semana passada o governador João Doria ao decano do jornalismo automobilístico Fernando Calmon, quando indagado sobre o futuro da Ford. Todos querem saber.

E desde segunda-feira circulam rumores de que a Caoa, de Carlos Alberto de Oliveira Andrade, é a empresa que comprará a multinacional americana, mas só para montar caminhões. Pode ser, mas nenhuma parte confirma.

“Não comentamos”, dizem as assessorias. O prefeito Orlando Morando afirma que “é chute”. Doria, nem pensar em falar. Nem o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC manifesta-se. E olha que eles gostam de se manifestar.

Um dado significativo: ontem, depois de 42 dias de paralisação, os operários retomaram os postos de trabalho na Ford, e a declaração do presidente Wagner Santana é sintomática: “Para a fábrica interessa produzir, pois tem compromissos comerciais. De nossa parte, nos interessa que os investidores tenham como conhecer o funcionamento da fábrica, como é o processo de produção e, principalmente, a qualificação dos trabalhadores”. Querem mostrar serviço aos futuros patrões.

Se for mesmo a Caoa, será o fim do Fiesta na planta. A intenção é montar apenas veículos pesados, sob licença da Ford. Agora, se a Caoa não virar, como diria a marchinha de Carnaval, os negociadores chegam lá.